O projeto Cidade Possível vai “ocupar” o bairro Araés neste sábado (21), a partir das 8h. Uma série de ações e performances será desenvolvida durante a ocupação sócio-estética da região durante o dia todo, de forma gratuita para os moradores. A iniciativa faz parte da disciplina “Atrações Temporárias e Estéticas Emergentes na Cidade”, conduzida pela professora Maria Thereza Azevedo, do programa de pós-graduação em Estudos de Culturas Contemporâneas (Ecco) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

As ações incluem mostra de cinema, performances artísticas, escuta afetiva, lambe-lambe, produção fotográfica, shows musicais e de dança. Haverá oficinas de fotografia, brinquedos, bonecas africanas e dança. Para viabilizar a intervenção, Maria Thereza, também conhecida como Marithê, ativou seu Coletivo à Deriva, um agrupamento de produtores culturais, artistas e comunicadores que desde 2009 atua na cidade com atividades similares às da ocupação do Araés. Dessas atividades, surgiu o projeto Cidade Possível, que vem sendo desenvolvido pela professora desde 2016, mantendo o olhar nas possibilidades que a realidade de cada local na cidade de Cuiabá pode emanar – mesmo que estejam um pouco escondidas.

 “Vamos usar todas as possibilidades que temos à mão para sensibilizarmos a comunidade deste bairro sobre a sua importância. É um exercício de intervenção que pretende fazer e fomentar um olhar mais demorado sobre as pessoas que moram na região. Nossa ocupação tenta mostrar que estamos na cidade, que somos parte dela, e a ela pertencemos”, explica Marithê, que é doutora em Artes Cênicas.

A escolha do bairro surgiu do grupo de alunos. Magna Domingos, produtora cultural e responsável pelo espaço cultural Boca de Arte, no Araés, foi “eleita” a ponte com a comunidade. Várias visitas foram realizadas durante o mês de abril pelos pós-graduandos, e uma programação com parceiros e com os próprios alunos foi organizada. “Estamos aqui tão perto do centro, e, ao mesmo tempo, em muitos momentos, nos sentimos invisíveis. Essa ocupação pretende trazer um olhar sensível sobre esta comunidade”, comenta Magna, que também cursa a disciplina com Marithê e é moradora do bairro. 

A intervenção foi batizada de “Cidade Possível – ARAÉS”, e começa às 8h na Rua Alirio Hugney de Matos, bem no início do Córrego da Prainha (atrás da Decorliz) e indo até o espaço Boca de Arte. A programação segue até às 22h.

A intervenção no Araés é uma realização do Coletivo à Deriva, coordenador por Marithê Azevedo, do espaço cultural Boca de Arte e da UFMT. Recebe apoio do Mato Grosso Criativo, Hospital Ortopédico, Instituto Ação Verde, Arte Verde, Associação de Moradores do Araés, Horto Florestal e Supermercado Bom Preço.

 “Cidade Possível – Araés” – Programação Prévia

8h:Plantio e entrega de mudas de plantas nativas

8h30:Cortejo com banda marcial Ranulpho Paes de Barros

09:Intervenção “VOS”, do grupo Comadança

 Chá com bolo – escuta e mapa afetivo

 Oficina “Boneca Abayomi”, com bordadeiras da Chapada

 Oficina de Vídeo com celular, com Sernon Kinin

 Inclusão Literária, com Clóvis Matos

10h:Performance “Mulheres (ex)postas”, com Elka Victorino

 Oficina de Vídeo com celular, com Sernon Kinin

 Exposição de fotografias, com Vinícius Appolari

 Psicanálise na rua, com Gabriela Rangel

11h:Oficina “Corpo Professor”, com Clodoaldo Arruda

 Oficina “Preta sim”, com Vinícius dos Santos

14h:Oficina de Vídeo com Celular, com Sernon Kinin

15h:Painel “Empreendedorismo”, com Guilherme Chaves e Magna Domingos

16h:Roda de Conversa: “Cabelo ruim?”, com Neusa Pinto

17h30:Intervenção “Pachamama”, com Thereza Helena

18h30:Cine Araés – Drama, Mulheres em luta permanente, Licor de Pequi e Vestígios do Tempo

21h:Encerramento com show de Micos Brown

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