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AGRONEGÓCIO Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 10:23 - A | A

Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 10h:23 - A | A

ALTERNATIVA

Embrapa estimula uso da água da chuva na produção agropecuária

GD

FOTO: REPRODUÇÃO

 

Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em 2015, a escassez de água afetará dois terços da população mundial em 2050. O que significa que trabalho e dedicação serão necessários para garantir água potável e segurança alimentar. Segundo especialistas, algumas medidas podem amenizar a questão do gasto individual de água, entre elas uma das alternativas que vem se destacando é o uso da cisterna, também conhecida como algibe. Trata-se de um sistema formado por meio de um reservatório que recolhe a água da chuva e a armazena. Ou seja, é um sistema de reaproveitamento de águas pluviais de baixo custo, considerado uma das melhores e mais eficazes alternativas quando o assunto é economizar água.

 

O que muito ainda não sabem é que as cisternas, já faz algum tempo, também estão sendo utilizadas na produção agropecuária. Um exemplo é a captação de água de chuva para uso na produção animal, que tem muitas vantagens, mas é necessário que o produtor fique atento à qualidade da água armazenada, porque influencia diretamente no uso que se quer desse recurso. Dessa forma, a Embrapa Pecuária Sudeste lançou recentemente uma publicação que trata do assunto. O documento “Captação de água de chuva e armazenamento em cisterna para uso na produção animal”, de autoria do pesquisador Julio Palhares, discute vários aspectos do sistema de aproveitamento de água da chuva. O material está disponível no site da Embrapa Pecuária Sudeste, em “publicações”.

 

De acordo com o estudo, a captação de água das fontes naturais pode ter impactos ambientais e econômicos positivos. Assim, o uso de cisterna em uma propriedade rural, segundo Palhares, promove a segurança hídrica e contribui para a viabilidade econômica da atividade. O pesquisador explica que a utilização da água armazenada em cisterna para as rotinas da produção animal é uma prática desejável, mas devem ser observados o correto manejo das estruturas de captação, condução e armazenamento e a legislação relacionada à qualidade da água para os diversos usos.

 

A publicação diz ainda, que independente da escala e da finalidade, um sistema de aproveitamento de água de chuva tem várias vantagens, como a de não haver cobrança pelo uso; pode substituir, parcial ou integralmente, as fontes superficiais e subterrâneas; a água armazenada na cisterna pode ser usada para irrigação, limpeza e resfriamento de instalações. Sendo que para usos mais nobres, como o consumo dos animais e a higienização de equipamentos, a qualidade da água deve ser monitorada.

 

Em Mato Grosso, foi apresentado recentemente para pesquisadores e técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) o projeto piloto de tecnologias sociais de acesso à água de chuva, saneamento rural e educação ambiental. O engenheiro agrônomo do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Samir Curi, abordou sobre cisternas, barraginhas, biofossa, lago de múltiplo uso, adoção de nascentes e outras formas de captação da água para produtores rurais e alunos dos municípios de Cáceres, Várzea Grande e Santo Antônio de Leverger.

 

O objetivo do projeto é difundir tecnologias sociais de acesso à água de chuva e orientar sobre os cuidados e tratamento para água potável. Samir destaca que o projeto apresenta tecnologias sociais sustentáveis, eficiente, de baixo custo, promove a melhoria da qualidade de vida e saúde das famílias. O sistema de captação e armazenamento de águas pluviais é feito nas cisternas de vinil com capacidade para armazenar 8 mil litros de água das chuvas. Na região de Cáceres, o projeto piloto já está atendendo 360 famílias de produtores rurais e aproximadamente 500 alunos. No município de Santo Antônio de Leverger, aproximadamente 220 famílias e 260 alunos passam pela constante falta de água, com período seco durante seis meses e precipitação média das regiões de 1.200 mm.

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