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BRASIL Domingo, 02 de Novembro de 2025, 08:46 - A | A

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Megaoperação no Rio

Polícia apreendeu fuzis de 7 modelos diferentes, incluindo AK, AR e FAL

G1

O governo do Rio de Janeiro apreendeu 93 fuzis, 26 pistolas e um revólver durante a megaoperação feita contra o Comando Vermelho (CV), nos completos do Alemão e da Penha, na terça-feira (28). Parte das armas são de uso das forças armadas do Brasil e de países vizinhos, como Argentina e Venezuela.

A ação policial teve mais de 120 pessoas mortas, sendo quatro policiais. O governo Cláudio Castro (PL) diz que 42 dos 109 mortos identificados tinham mandados de prisão em aberto. Outros 113 foram presos e dez adolescentes foram apreendidos.

A Polícia Civil informou ter apreendido sete tipos diferentes de fuzis. São:

  • 28 fuzis AR-15 (origem nos Estados Unidos);
  • 21 fuzis AR-10 (origem nos EUA, calibre 7,62);
  • 16 fuzis AK-47 (origem na Rússia);
  • 14 fuzis FAL (origem na Bélgica);
  • 12 fuzis G3 (origem na Alemanha);
  • fuzil Benelli MR1 (origem na Itália, calibre 5,56);
  • fuzil Mauser (origem na Alemanha).

Cinco dos modelos apreendidos foram identificados por um especialista ouvido pelo g1 no infográfico no topo desta reportagem, baseado em foto feita pela TV Globo. Os tipos de fuzis são o AR-10, AR-15, AK, FAL e G3. A imagem mostra 65 fuzis e duas pistolas no momento em que as armas foram apresentadas à imprensa pelas polícias Civil e Militar.

Há também modelos chamados de "armas fantasmas" (do inglês "ghost guns"), que são armamentos modificados em relação à estrutura de fábrica feita por cada uma dessas plataformas de fuzis.

Especialista em armas e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o policial federal Roberto Uchôa afirma que os modelos são adaptados pelos criminosos, seja por estética, ou para se adequar ao tipo de uso pretendido pelos grupos.

"[Essas] Armas possivelmente foram montadas dentro do território nacional. Por quê? Porque são armas com peças genéricas, esse sistema de ghost guns. Isso tem cada vez aparecido mais", diz o especialista.

Uchôa identificou os tipos de parte dos fuzis apreendido pelo governo do RJ ao analisar a imagem acima. Segundo ele, nela é possível ver:

  • 23 fuzis AR-10 e AR-15;
  • 17 fuzis G3 e FAL;
  • 12 fuzis AK-47;
  • 13 fuzis não identificados.

Os modelos G3 e FAL foram incluídos em um mesmo indicador. Segundo o especialista, os dois tipos são de armamentos longos e possuem características similares, o que dificulta separá-los em uma identificação por foto.

Já os armamentos AR-10 e AR-15 são de fuzis menores, com cano mais curto, enquanto os modelos AK-47 e similares possuem parte de sua estrutura em madeira e tem uma parte de sua estrutura arredondada.

É preciso combater circuito das armas até comunidades, diz especialista

De acordo com a Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE), da Polícia Civil do Rio, as armas apreendidas estão avaliadas em R$ 9,3 milhões. Se somados munições, carregadores e miras, o valor chega a R$ 12,8 milhões.

Segundo Roberto Uchôa, ainda não dá para afirmar o real impacto no poderio de fogo da facção criminosa.

"Se não for feito um trabalho de perícia, a análise dessas armas, de levantar o circuito que elas percorreram até chegar a essa comunidade e combater esse circuito e responsabilizar as pontas e os locais que permitiram que essas armas chegassem, o impacto, infelizmente, não será muito benéfico a longo prazo porque essas armas serão repostas", diz o policial federal.

 

Destino dos armamentos apreendidos com o CV

Chefe da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Vinícius Domingos publicou um vídeo em seu perfil no Instagram detalhando os armamentos apreendidos.

"Quase todos os fuzis de plataforma AR, quase 90%, são fuzis 'copy fake', são falsificados e armas com aptidão de tiro, mas que não são originais", detalha o delegado.

Entre os armamentos, foram encontradas armas das Forças Armadas do Brasil e de países vizinhos, sendo:

  • 2 armas de tropas do Brasil;
  • 2 armas de tropas da Venezuela;
  • 1 arma de tropas da Argentina;
  • 1 arma de tropas do Peru.

Ele afirma no vídeo que parte dos armamentos está em delegacias especializadas e, de lá, irão para perícia. Depois, voltam para a CFAE para passarem por análise aprofundada para serem incluídas em um banco de dados do governo do estado.

"Nós avaliaremos a possibilidade de [fazer] representação judicial pela destinação de algumas dessas armas, aquelas que tiverem qualidade para isso, para reforçarem as forças policiais", disse.

Na publicação, Domingos afirmou que as demais armas serão destruídas em um prazo de até três anos.

Segundo Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, os complexos da Penha e do Alemão "se tornaram centros de distribuição de armas e drogas para outros complexos da capital".

"Chegam em torno de 10 toneladas de drogas por mês nessas comunidades que depois são redistribuídas para estes outros complexos de favelas. E depois são negociados, nestes complexos, cerca de 50 a 70 fuzis por mês que chegam a esse complexo e são distribuídos para outras comunidades do Rio de Janeiro", afirmou.

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