As delações do caso de corrupção da Fifa apontam para a Rede Globo como uma das emissoras acusadas de pagar propina para garantir o direito de transmissão de eventos esportivos tais quais a Copa do Mundo. Mas, a relação entre a emissora carioca e a entidade máxima do futebol poderia ir além da suposta ilegalidade.
Responsável pela aquisição dos eventos esportivos na Globo, o advogado Marcelo Campos Pinto foi demitido da empresa em 2015, seis meses após o escândalo de corrupção ter sido deflagrado. Antes disso, no entanto, Campos Pinto fez parte do Conselho de Imprensa da Fifa. Seu nome constou no site da entidade como o representante do grupo em 2014 (veja imagem acima). As informações são da jornalista Patricia Faermann.
Na semana passada, a Rede Globo foi acusada pelo delator Alejandro Burzaco, ex-diretor da empresa de marketing Torneos y Competencias, de ter pago US$ 15 milhões em propinas (cerca de R$ 50 milhões) para assegurar exclusividade na transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030. O dinheiro teria sido enviado por meio do ex-diretor Marcelo Campos Pinto para a T&T, braço na Holanda da empresa de Burzaco em associação com a brasileira Traffic, de J. Hawilla, e posteriormente repassado para uma conta na Suíça de Julio Gronoda, ex-presidente da Associação de Futebol Argentino e ex-vice-presidente da Fifa responsável por cuidar dos direitos de transmissão para a América Latina. O dirigente morreu em 2014.
Ainda de acordo com Buzarco, o representante da Globo teria participado de reuniões com José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, atual mandatário da Confederação Brasileira de Futebol e vice-presidente na gestão anterior. A relação de Marcelo Campos Pinto com Ricardo Teixeira, dono do futebol brasileiro entre 1989 e 2012, seria ainda maior.
Reportagem do R7 revelou que uma mensagem de e-mail apreendida pela Polícia Federal em uma operação não relacionada ao futebol mostra a relação entre o executivo da Globo e os cartolas. Treze dias depois de Ricardo Teixeira se afastar da CBF, em 2012, Campos Pinto escreveu mensagem a Del Nero em termos muito amigáveis. A mensagem foi anexada ao relatório alternativo da CPI do Futebol no Senado encerrada em 2016.
A Rede Globo divulgou nota na qual nega as alegações do delator de que teria pago qualquer tipo de propina. Os outros acusados disseram em várias ocasiões serem inocentes e negam as acusações. Marcelo Campos Pinto não foi localizado para comentar o assunto.
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