Um homem identificado como Babak Shahbazi, de 44 anos, foi executado no Irã na quarta-feira (16), acusado de espionar para Israel, de acordo com a agência de notícias estatal Mizan, ligada ao judiciário iraniano.
Shahbazi, pai de dois filhos, teria coletado e vendido informações confidenciais sobre centros de dados e instalações de segurança iranianas para o Mossad, a agência de inteligência israelense.
No entanto, segundo a rede catari Al Jazeera, ativistas de direitos humanos contestam a acusação, afirmando que Shahbazi foi torturado para confessar e que sua prisão está ligada a uma carta enviada ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em que ofereceu ajuda na guerra contra a Rússia.
De acordo com o grupo Iran Human Rights, sediado em Oslo, na Noruega, a mensagem de Shahbazi a Zelensky foi interpretada pelo governo iraniano como prova de espionagem para Israel.
O grupo alega que as autoridades iranianas afirmaram, sem evidências, que Shahbazi foi treinado por Israel para usar o Microsoft Word, segundo informações publicadas pela agência de notícias Associated Press (AP).
“A mensagem de Babak ao presidente Zelensky, oferecendo ajuda na guerra contra a Rússia, foi usada como exemplo de espionagem para Israel”, afirmou o grupo. Ativistas descrevem Shahbazi como alguém que se voluntariou para lutar pela Ucrânia, e não como espião.
O jornal britânico The Telegraph informou que Shahbazi foi enforcado em uma prisão. A mídia estatal não detalhou o método da execução, embora enforcamentos sejam comuns em casos de condenação por espionagem no país.
Conflitos recentes
A execução ocorre semanas após um conflito de 12 dias entre Irã, Israel e Estados Unidos, em junho. Durante o confronto, chamado de Operação Leão Ascendente por Israel, mais de 900 ataques aéreos israelenses atingiram alvos iranianos, especialmente instalações nucleares.
Mais de 1.100 pessoas, entre elas comandantes da Guarda Revolucionária Islâmica, foram mortas. Irã retaliou com bombardeios de mísseis e drones. Já os EUA realizaram ataques em apoio a Israel, utilizando até mesmo a bomba GBU-57, conhecida como destruidora de bunkers.
A execução de Shahbazi é a nona por espionagem no Irã desde o conflito, segundo a Al Jazeera. O Ministério da Inteligência iraniano disse que intensificou a repressão contra supostas redes de inteligência ocidentais, incluindo Mossad, CIA e MI6.
O país prometeu julgamentos rápidos para suspeitos de colaboração com Israel, frequentemente realizados a portas fechadas pelo Tribunal Revolucionário, o que levanta críticas de grupos de direitos humanos sobre falta de transparência.
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