Cuiabá, 14 de Maio de 2024
Notícia Max
14 de Maio de 2024

AGRONEGÓCIO Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019, 14:37 - A | A

Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019, 14h:37 - A | A

EVENTO

Acrimat participa de debate sobre reforma agrária na Assembleia Legislativa

ACRIMAT

Acrimat

 

A diretora executiva da Associação dos Criadores de Gado de Mato Grosso (Acrimat), Daniella Bueno, representou o presidente da entidade, Marco Túlio Duarte Soares, em audiência pública realizada para tratar de assuntos agrários. O evento ocorreu na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na sexta-feira (13), e de segundo a assessoria da Casa de Leis, rendeu esperança e muitas reivindicações dos produtores rurais de Mato Grosso, ao secretário Nacional de Agricultura, Luiz Antônio Nabhan.

 

O encontro, promovido pelo deputado estadual Silvio Fávero e o federal Nelson Barbudo, ambos do PSL. Na ocasião, muitos produtores rurais e autoridades políticas tiveram a oportunidade de expor os problemas que todos enfrentam, junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

 

Daniella disse ser de suma importância discutir o assunto. “É essencial reunir todos esses atores à mesa para discutir com seriedade os passos a serem dados pelo Brasil neste sentido; no nosso caso, muitos pecuaristas se sentem inseguros, pois ocorrem invasões em suas terras, e isso é inaceitável para os proprietários rurais, que trabalham arduamente para manter suas famílias, e ajudam muito na economia do país. A morosidade na entrega dos títulos definitivos de terras, também retardam o acesso ao crédito aos pecuaristas que precisam investir na melhoria de suas terras e qualidade dos rebanhos. Precisamos tratar este assunto com a seriedade e urgência que ele merece”.

 

O pecuarista e médico, Paulo Grassesetti, contou que perdeu sua terra para a União, espaço onde mantinha sua produção e sequer foi ressarcido por isso. Segundo ele, há vinte anos tenta uma solução e só agora, durante a audiência pública, sua demanda foi recebida.

 

“Eu vi dois governos entrarem e sairem de Brasília, estive lá várias vezes e em 20 anos nunca fui atendido. Não é só quem não tem título que padece. Quem tem área e perdeu também acumulou amargos prejuízos. Eu produzia na minha terra e fui obrigado a sair”, relatou.

 

Sílvio Fávero reivindicou ao secretário Nabhan prioridade para Mato Grosso, alegando que o Incra no estado sofre com a falta de estrutura. “É tão caótico, que o Incra não tem dinheiro nem para abastecer carros para fazer vistoria nos assentamentos. A situação é precária. Nossos produtores não aguentam mais e nós não podemos ficar de braços cruzados. Tem gente plantando apenas para comer. É inadmissível”, ressaltou Fávero.

 

De acordo com Nabhan, o objetivo do governo federal é levar tranquilidade ao parceleiro. “Ter um título em mãos, significa ter dignidade. Tem que acabar com essa coisa de assentado, de acampado ou posseiro. As pessoas que estão trabalhando na terra, que tem a vocação para isso e estão cumprindo o que a lei determina, com certeza, vão receber seus títulos. Muito em breve vamos entregar os títulos, principalmente aos que pertencem à Amazônia Legal”, explicou.

 

Nabhan afirmou que em quatro anos, o governo federal irá entregar 600 mil títulos definitivos de propriedade.

 

Segundo o secretário, o governo assumiu o país com os cofres vazios, um dos motivos pelo quais ele alega que a titulação ainda não ocorreu. Neste governo as políticas equivocadas não terão vez e o compromisso de entregar os 600 mil títulos, com certeza será cumprido”, garantiu, ao destacar que Mato Grosso também está na lista.

 

Para Nelson Barbudo, além da falta de recursos suficientes para resolver as questões agrárias de Mato Grosso, falta gestão. “Em oito meses de governo, nada foi feito ainda. Independente de ser do meu partido, a pessoa que está à frente da pasta tem que mostrar a que veio. Porque, quem sofre as consequências são as regionais que estão falidas e não possuem verba para andar com as próprias pernas. Tem posto do Incra em Mato Grosso, que não consegue imprimir uma guia ao produtor, porque não tem papel”, denunciou.

 

De acordo com o superintendente do Incra-MT, Evanildo Teixeira Thomaz, a meta até o final deste ano é conseguir regularizar cerca de 6 mil lotes. “Estamos trabalhando focados nisso, mas a falta de estrutura ainda nos impede de avançar. A reunião foi muito positiva e, espero que nos próximos dias tenhamos boas notícias de Brasília para que o nosso estado avance e mude essa realidade. Produtores regularizados representa movimento na economia, retorno para os cofres públicos que arrecada. Representa emprego e renda e mais qualidade de vida para o homem que vive e depende do campo”, destacou.

 

Cerca de 400 pessoas estiveram presentes na audiência pública. Participaram também da reunião, o senador Wellington Fagundes; os deputados federais Neri Geller; deputados estaduais Valmir Moretto, Wilson Santo e Xuxu Dalmolin, representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja); Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM); Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), além de presidentes de sindicatos rurais, de associação de produtores rurais, prefeitos, vereadores e também proprietários de lotes que ainda aguardam pela titulação agrária.

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários