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05 de Maio de 2024

BRASIL Sexta-feira, 12 de Agosto de 2022, 14:52 - A | A

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De olho no orçamento

Novos gastos do governo deixam BC isolado no combate à inflação

G1

Os incentivos fiscais bilionários patrocinados pelo governo Jair Bolsonaro e pelo Congresso Nacional estão dificultando a ação do Banco Central no combate à inflação, afirmam economistas ouvidos pelo g1 e pela GloboNews.

Numa tentativa de estimular a economia às vésperas da eleição, os poderes Executivo e Legislativo lançaram mão da redução de tributos e colocaram o país num estado de emergência para turbinar e ampliar os benefícios sociais, sem contrapartidas fiscais.

Ao todo, as principais medidas adotadas em 2022 devem somar R$ 102,4 bilhões até o fim deste ano, de acordo com um levantamento do banco Credit Suisse.

Pelo lado da receita, as reduções de tributos abarcaram combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte público. Já pelo lado da despesa, o país ampliou os gastos com o novo valor do Auxílio Brasil e do Vale gás, além de criar benefícios destinados a caminhoneiros e taxistas.

Na prática, o que os economistas dizem é que a política fiscal (de tributos) atual está em conflito com a política monetária (de juros).

Ao subir a taxa básica de juros (Selic), o Banco Central tenta desaquecer a economia, encarecendo o crédito para famílias e empresas e, consequentemente, inibindo o consumo.

Já no momento em que a equipe econômica decide injetar recursos na atividade econômica, incentiva a sociedade a gastar mais. Ou seja, a alta da Selic acaba tendo parte do seu efeito anulado.

"Quando há um estímulo da demanda, num ambiente de inflação alta e com o Banco Central subindo os juros, é como se o BC estivesse apertando o freio, mas o governo estivesse acelerando, com impulsos inflacionários", diz a economista-chefe do banco Credit Suisse, Solange Srour.

"Sendo um estímulo fiscal, o Banco Central tem de tratar como um risco inflacionário, e qual é o impacto disso? É que os juros vão ficar altos por mais tempo, porque a inflação vai ficar elevada por mais tempo. O freio do BC não está sendo muito eficiente, porque um outro lado da economia está sendo estimulado", acrescenta.

De março do ano passado até a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, a taxa de juros subiu de 2% para 13,75% ao ano, mas o efeito do aperto monetário na inflação não tem sido o esperado.

 

 

 

 

 

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