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CIDADES Segunda-feira, 18 de Junho de 2018, 08:56 - A | A

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NOVO ESTUDO

Infecção pelo zika vírus pode levar a esquizofrenia e autismo

Veja

 

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros indica que as crianças afetadas pelo zika vírus podem desenvolver ao longo da vida transtornos neurológicas, distúrbios de comportamento, como esquizofrenia e autismo, problemas de memória e consequências motoras, tanto em crianças com microcefalia quanto as crianças que não apresentaram a doença. Segundo o Science Daily, os resultados, publicados na quarta-feira (13) no periódico Science Translational Medicine, indicaram os camundongos avaliados ainda tinham o vírus da zika no cérebro mesmo depois de chegarem a vida adulta. 

 

O zika é um arbovírus, ou seja, sua transmissão ocorre principalmente através de mosquitos, em especial pelo Aedes aegypti, mas também pode ser adquirido através do contato sexual e pela transfusão de sangue. Quando se manifesta em adultos, os sintomas duram alguns dias e são leves, como erupções cutâneas, conjuntivite, artralgia e febre leve.

 

No entanto, o surto de 2015 no Brasil demonstrou pela primeira vez que a infecção por esse vírus pode ter consequências devastadoras para mulheres grávidas e seus fetos. Durante a epidemia, foi possível perceber a conexão entre a microcefalia e infecção pelo zika durante a gravidez, embora os cientistas afirmem que apenas 10% das crianças infectadas desenvolvam a doença. Também ficou claro que mesmo os bebês nascidos sem microcefalia podem desenvolver sintomas associados à infecção.

 

Apesar disso, a comunidade médica não era capaz de prever as consequências a longo prazo para essas crianças. Por isso, os cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram realizar um estudo sobre o assunto. A pesquisa demonstrou que vários sintomas da doença não são superados na vida adulta, como é o caso da perda de peso, dos déficits cognitivos e da função motora comprometida.

 

Consequências futuras

Usando ratos infectados com o vírus zika logo após o nascimento, a equipe de pesquisa percebeu que a memória e a sociabilidade dos animais adultos também foram afetadas, o que pode estar ligado a observações feitas por outros pesquisadores de que a exposição viral pouco antes ou após o nascimento pode estar associada ao desenvolvimento tardio do autismo e da esquizofrenia.

 

Outra análise indicou que, assim como os bebês expostos à doença ainda no útero da mãe, os ratos jovens também tinham convulsões espontâneas. Enquanto a maioria dos camundongos não sofreu convulsões logo após o nascimento, 65% deles tiveram no nono dia após a infecção; e 90% dos ratos apresentaram episódios de convulsão no dia 12. No entanto, ao atingir a idade adulta, eles não tiveram mais convulsões, exceto quando expostos a produtos químicos, indicando que, embora as convulsões espontâneas possam ter sido resolvidas à medida que os animais envelheciam, os danos causados ao cérebro eram permanentes.

 

Possíveis tratamentos

Os cientistas testaram uma das medicações aprovadas pelo FDA para descobrir se ela seria capaz de controlar as convulsões causadas pelo zika vírus. O infliximabe, medicamento usado para tratar doenças autoimunes e artrite reumatoide mostrou-se útil para deter as manifestações convulsivas em camundongos jovens na fase aguda da infecção por zika, diminuindo o número de episódios.

 

De acordo com o estudo, no dia 12 o infliximabe havia reduzido significativamente o número de convulsões e a maioria dos animais havia respondido bem à droga. “Camundongos jovens responderam muito bem ao inibidor do TNF-α. Descobrimos que alguns animais tiveram uma redução média de 50% no número de convulsões. Além disso, animais adultos não eram mais suscetíveis a convulsões induzidas por drogas”, relata Julia Clarke, pesquisadora UFRJ.

 

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