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26 de Abril de 2024

CIDADES Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2020, 09:31 - A | A

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2020, 09h:31 - A | A

PERIGOSA

Brincadeira ‘Desafio da rasteira’ que viralizou entre os jovens pode levar a morte

Nathany Gomes

Reprodução

 

Uma brincadeira perigosa chamada de ‘Desafio das rasteiras’ ou ‘Quebra-crânios’ viralizou nos últimos dias entre os jovens na internet, através de vídeos publicados nas redes sociais trazendo consequências graves aos praticantes, podendo levar a morte. 

 

A prática é feita em trio, onde a pessoa que está no meio é derrubada por outros dois participantes após pular, batendo com as costas ou cabeça no chão. O desafio foi divulgado pelo youtuber brasileiro Fuinha e contou com a participação da própria mãe no vídeo e, em seguida, compartilhada por milhões de pessoas. 

 

O vídeo recebeu inúmeras críticas por parte de pais, médicos e educadores, alertando sobre os sérios riscos que a ‘brincadeira’ pode causar. Em novembro de 2019, uma adolescente de 16 anos morreu após participar de uma brincadeira semelhante, chamada de “roleta humana”. A vítima sofreu Traumatismo Craniano Encefálico (TCE). O caso aconteceu no Maranhão. 

 

Segundo a psicóloga e coach infanto-juvenil Gina Coelho, a internet de alguma forma influencia comportamento não somente de jovens e adolescentes, mas também adultos e crianças. Trata-se de uma validação de se sentir pertencente ao meio social que eles vivem, vulnerável a serem influenciados. 

 

“Advertir, julgar, criticar, dar sermões, não é o caminho ideal. Isso causa afastamento. Precisamos desenvolver uma escuta ativa com eles. O que é isso? uma escuta sem julgamentos e críticas, acolhedora. Nessa fase da vida, eles estão precisando de orientação, direcionamento, pois estão com o cérebro em processo de desenvolvimento, de maturação, tornando-se adultos a partir dos 25 anos. Então, funções que são responsáveis pelo julgamento, certo e errado, ainda são muito tímidas, estando em maior desenvolvimento o cérebro ligado às emoções, sendo eles impulsos, arriscar-se. A capacidade que eles têm de perceber uma situação, em sua gravidade e intensidade, ainda é muito tímida”, pontuou. 

 

Para a psicóloga, o papel de atuação dos pais nesses casos é fundamental e orienta sobre como agir diante dessas situações: “Precisamos conversar com nossos filhos, a respeito de valores, ética, de violência, pois isso não é uma brincadeira, isso é uma violência. Eu estou violando o corpo, os direitos de uma outra pessoa. É preciso preparar seus filhos para aprender a dizer não aos colegas. Acontece que o jovem, ele tem essa necessidade de se sentir pertencente e às vezes isso falta dentro da casa e da família, buscando essa validação entre os amigos, havendo a necessidade de ser visto, notado e receber atenção, para que não seja rejeitado em seu ambiente social.

 

Gina ressalta que os pais precisam estar atentos aos seus próprios comportamentos com seus filhos, buscando validar os sentimentos deles e dar orientações. 

 

“Uma escuta ativa, sem julgamento, ajuda a conectar com os filhos, facilitando a correção. Precisamos deixar claro a eles os valores como empatia, sempre se colocando no lugar do outro, questionando sobre o significado do que é violência, pois a mesma pode estar velada em forma de brincadeira. Essas conversas são muito importantes, explicando o que significa cada coisa, buscando ajuda quando necessário”, disse a psicóloga ao Notícia Max.

 

 Após repercussão negativa do caso, Fuinha gravou um vídeo em seu canal do Youtube pedindo desculpas e conta que poderia ter perdido a própria mãe.

 

“Pois é o vídeo parece ser engraçado, mas eu poderia ter perdido a minha mãe por causa dessa brincadeira, ela poderia ter batido a cabeça, sofrido um traumatismo craniano ou qualquer outra lesão irreversível para vida dela. Por conta disso, estou muito arrependido de ter postado esse vídeo, nenhum momento pensei que ele seria um viral dessa proporção, era para ser apenas mais um meio de entretenimento na internet, como todas as outras trolagem que fiz com vocês. Meu intuito sempre foi de alegrar vocês. Como influenciador eu errei como humorista eu falhei, pecos desculpas a todos vocês que compartilharam este vídeo e riram disso”, diz trecho do vídeo.

 

COMBATE

A Secretaria de Estado e de Educação (Seduc) emitiu uma nota orientativa nesta quarta-feira (12) e enviou às escolas da rede estadual de ensino extensivo aos profissionais da educação e comunidade escolar, prevenindo sobre o perigo dessa nova brincadeira.

 

“Recomenda que todas as unidades escolares e Assessorias Pedagógicas intensifiquem campanhas de informação e conscientização dos alunos e familiares sobre o risco em que podem se colocar ao praticarem esse tipo de conduta, para que presenvem a integridade física própria e dos demais colegas”. 

 

A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), emitiu um comunicado, alertando aos pais e  educadores sobre as lesões irreversíveis que o desafio pode causar, confira abaixo.

 

nota

 

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