Funcionários da rede de farmácias Drogaria América, que abriu falência no ano de 2018, fizeram uma manifestação na manhã de hoje (8), cobrando o recebimento dos direitos trabalhistas. Embora tenha sido firmado um acordo judicial, o empresário Carlos Pedro Medrado Luz não cumpriu com as obrigações firmadas na Justiça do Trabalho, e os trabalhadores se dizem desamparados.
O senhor Francisco Hélio Honorato, que era coordenador de equipe da rede de farmácias, conta que o grupo era composto por 17 lojas, com cerca de 300 funcionários, e que começou a enfrentar dificuldades no ano de 2014, quando foram vendidas 6 lojas.
Francisco diz que a crise continuou e em 2016 foram vendidas mais três lojas, e foi quando começou os atrasos salariais, e pior, que começaram a ter a real noção da situação do grupo empresarial.
“Com os colegas que saíram primeiro, fomos descobrir que não faziam o recolhimento do FGTS, não recolhiam o INSS, não havia acerto rescisório com a equipe, e começamos a pressionar, para saber a real situação da empresa e o que ele tinha para nos propor”, frisa Francisco, que ressalta que a resposta era sempre a mesma, ou seja, que a situação iria melhorar.
A situação piorou, segundo Francisco, no ano de 2017, quando o grupo deixou de fazer os pagamentos de funcionários e fornecedores. “Os salários começaram a ser divididos, pagavam um pouco por semana, a cada 15 dias, e nisso uma mega de parceiros começou a procurar a Justiça”.
Francisco diz que foram feitos alguns acordos trabalhistas no final de 2017, porém, destes foram pagos duas ou três parcelas, sendo que a partir desse momento também não foram pagos mais salários para aqueles que continuavam a prestar serviços nas lojas restantes.
As lojas fecharam as portas definitivamente em 2018, e desde então, os funcionários não obtiveram mais nenhuma resposta por parte do empresário Carlos Medrado, que teria dado a garantia de que após o fechamento das farmácias localizadas na Avenida Filinto Muller, da Avenida do CPA e do Coxipó, as lojas seriam vendidas e o dinheiro repassado aos funcionários restantes e também para o pagamento dos acordos firmados na Justiça do Trabalho.
“Só que nisso, ele desapareceu. Nós temos as provas, já mandamos intimar duas pessoas que compraram as lojas, e a Justiça ouviu esses empresários e não deu em nada. Mas temos a ciência que ele recebeu o dinheiro, só que nesse ínterim ele sumiu por quatro a seis meses, e até achamos que ele tinha ido embora”.
Francisco denuncia que após voltar para Cuiabá, o empresário Carlos Medrado está abrindo novas lojas, mas em nome de pessoas diferentes, isso para não configurar que as lojas são dele.
“Mas temos a segurança dos próprios vendedores que afirma que quem compra é ele, que as lojas são dele. Temos a informação de que a Farma Popular, aqui na Avenida Palmiro Paes de Barros está no nome da irmã dele, que é dona Vera, e ele está trabalhando lá, mas fala que é apenas gerente”, denuncia Francisco, que ressalta que os funcionários têm conhecimento de que o empresário possui outros bens, mas todos em nome de terceiros.
A Justiça do Trabalho, conforme Francisco, já realizou algumas audiências de conciliação, mas o empresário não teria apresentado nenhuma proposta.
“Nós gostaríamos de resposta, está muito demorado, foram aí mais de 200 famílias desamparadas. Inclusive, tivemos que fazer cotas individuais para ajudar a pagar aluguel, dando cestas básicas, então isso é muito sacrificante para nós, trabalhadores”, finalizou Francisco.
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