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14 de Julho de 2025

CIDADES Segunda-feira, 24 de Junho de 2019, 09:12 - A | A

Segunda-feira, 24 de Junho de 2019, 09h:12 - A | A

BAIRRO NOVO PARAÍSO

Moradores se dizem revoltados com tentativa de advogada de tomar imóvel e cobram justiça

Redação

Reprodução

 

Moradores do bairro Novo Paraíso se mostra revoltados com a suposta tentativa da advogada Katia Valadares Silva em tomar o imóvel do senhor Antonio Eterno Pereira, sob justificativa de pagamento de honorários. A revolta aumentou após a morte do senhor Antônio, que chegou a sofrer espancamento que é investigado pela polícia.

 

Conforme sua filha Elaine Cavalcante Pereira, após ser vítima de espancamento, Antônio foi internado e veio a óbito, sendo que os médicos que atenderam o então paciente pediu para que Elaine relatasse os últimos dias do senhor Antônio, e após contar o  que havia acontecido, foi acionada a Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), que encaminhou o corpo para exame de necropsia no Instituto Médico Legal. Elaine conta que houve desconfiança do médico de que a morte teria sido causada pelas agressões sofridas pelo seu pai.

 

“E essa não foi a primeira vez que ele foi agredido, mas da primeira vez não foi forte igual dessa vez. A primeira agressão aconteceu umas duas semanas antes deles construírem o muro no imóvel”, afirmou Elaine Pereira.

 

A reportagem do Notícia Max esteve no Novo Paraíso e conversou com alguns moradores, que preferiram não se identificar com medo de represálias, tendo uma senhora que disse, inclusive, que já foi ameaçada para não falar nada sobre o caso, mas são unânimes em pedirem Justiça, não entendendo como um imóvel na avenida principal do bairro seria repassado como honorários por serviços advocatícios.

 

“Conheço seu Antonio desde que ele mudou para o bairro, e sempre foi uma pessoa pacífica. Ele nunca teve antecedentes e no máximo que ele podia pagar era uns R$ 7 mil para pode tirar  ele da cadeia, não tirar um imóvel que vale R$ 200 mil. Como você vai dar um imóvel por um valor que não existe? É muita injustiça”, frisou uma moradora que reside próximo ao imóvel que é alvo de disputa.

Reprodução

idosos

 

 

Vale lembrar que o senhor Antonio Eterno Pereira foi preso pelo crime previsto na lei “Maria da Penha”, ocasião em que teria aparecido a advogada Kátia Valadares e se aproveitando do fato dele ser semianalfabeto, se apropriado de imóvel localizado no bairro Novo Paraíso, mais especificamente na Rua José Torquato, Quadra 4, Lote 10. A advogada teria, conforme relato de Elaine Pereira, registrado uma procuração, além de um suposto contrato de compra e venda, repassando o imóvel para ela, como pagamento de honorários advocatícios.

 

No imóvel funciona uma lanchonete, que conforme relata a moradora, vem perturbando a comunidade. “Lá é uma verdadeira baderna, rola muita droga, são menores bebendo até de madrugada, já fiz denúncias e não resolveu nada. Começa na quinta-feira e vai até domingo essa bagunça”, reclamou, que diz que nas últimas semanas o senhor Antônio Eterno estava deprimido, pois já dava como perdido o imóvel.

 

“O coitado estava morrendo a míngua, se a Elaine não trouxesse comida para ele, ficava sem comer. Ele ficava sentado, chorando, olhando para o muro que fizeram e dividiram o imóvel e ele ficou em depressão, mas o Eterno falava que não, que eles já haviam tomado o imóvel, e a vida dele era chorar, e infelizmente aconteceu o que aconteceu, mas deixar eles tomarem tudo, aí não, tem que ter justiça”, frisou a moradora, que ressalta que já foi ameaçada. 

 

“Eles já me ameaçaram. Eles falaram para o menino que entrega refeição aqui, eles falaram para ele me falar que se eu abrir a boca para qualquer coisa, que o Comando Vermelho vai acabar comigo, vai jogar uma bomba aqui em casa, então já estão me ameaçando, é só Deus na causa”, finalizou a moradora.

 

O pedido de Justiça também partiu de um dos fundadores do bairro, que também preferiu ficar no anonimato. Ele conta que conheceu o senhor Antônio Eterno desde a ocupação do bairro, e cobra que a verdade apareça.

 

“Não temos acesso aos processos, mas pelo que fiquei sabendo, a advogada estava pegando o lote dele para cobrir as custas desse processo, mas o que posso afirma é que cem por cento da comunidade está revoltada com essa situação, com o muro que foi feito dividindo o imóvel em três partes e deixando ele com uma parte, excluindo ele para uma parte pequena do terreno e de repente ele aparecer com o rosto todo desconfigurado, não posso afirmar quem fez isso, mas eu e todos os cidadãos que conheceram ele estão todos revoltados, e precisamos saber da verdade, o por que estão tomando aquilo dele, um terreno tão valioso ser usado para pagar uma pequena dívida é injusto”, afirmou o moradora.

 

O muro a que os moradores se referem foi supostamente construído pela doutora Kátia, impedindo que o senhor Antônio ou qualquer um de seus familiares entrassem no local. Conforme Elaine Pereira, ao construir o muro ela disse ter o contrato de compra e venda, mas nunca tendo apresentado o documento.

 

O medo de represália permeia a comunidade, como fica claro no relato de outra moradora, que também é uma das fundadoras do bairro e chegou a ser inquilina do imóvel que a advogada Kátia Valadares estaria tentando se apropriar.

 

“Eu morei quase quatro anos alugando a casa do senhor Eterno. Acho muito errado o que eles estão fazendo, pois ele não merecia isso. Está todo mundo revoltado, e queremos justiça. Como uma pessoa chega do nada e vai apossando das coisas dos outros?”, questionou.

 

Elaine Pereira explica sua defesa, feita pela Defensoria Pública, cometeu alguns erros no processo, o que atrasou o andamento, e agora aguarda que todos os processos sejam unificados, e depois fazer entrar com uma ação de reintegração de posse.

 

“Vou estar conversando com o juiz para desapropriar o imóvel, porque nós que somos donos não estamos pegando nem um Real de lá”, afirmou, se mostrando revoltada pelo fato de que, segundo ela, enquanto seu pai era velado, a advogada Kátia Valadares teria ido à Secretaria de Habitação de Cuiabá para passar o imóvel para o seu nome. “A escritura vai sair no nome do meu irmão, pois meu pai fez a doação, e me ligaram que ela estava na Secretaria tentando passar tudo para seu nome, mas ela não conseguiu”, finalizou.

 

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