Trabalhadores terceirizados que atuam na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas-MT) receberam o último salário, referente ao mês de maio de 2018, só no dia 2 de julho de 2018. Eles foram impedidos de entrar nos prédios do Governo do Estado nesta quarta-feira (18) pelos agentes da empresa de segurança privada (também terceirizada) que presta o serviço na pasta.

O FOLHAMAX conversou por telefone com um dos trabalhadores. Segundo ele, a ordem que os impediu de entrar nos prédios geridos pela Setas partiu de servidores comissionados da própria Secretaria. Ela afirmou que, além da sede da pasta – localizada no Centro Político Administrativo de Cuiabá -, os demais servidores terceirizados também foram expulsos do Sistema Nacional de Emprego (Sine), do Centro de Referência em Direitos Humanos, além do imóvel onde funcionava o antigo Lar da Criança, todos na Capital.

Eles também foram impedidos de entrar na unidade do Ganha Tempo localizada na cidade de Várzea Grande, na região metropolitana. “A segurança privada não deixou a gente entrar. Só permitiram que a gente buscasse nossos pertences e depois fomos ‘expulsos’ do prédio. As pessoas veem a gente nessa situação, sem ter onde ficar, e vem aqui dar água pra gente. Um absurdo”, disse o trabalhador.

Os servidores terceirizados são contratados pela empresa Luppa Administradora de Serviços, localizada em Cuiabá. Segundo eles, a empresa estaria há 9 meses sem receber pelo contrato de prestação de serviços que mantém com o Governo do Estado e teria orientado os trabalhadores a cruzar os braços como forma de protesto ante à falta do repasse.

Os trabalhadores se queixam ainda de que o último salário recebido por eles é referente ao mês de maio e só foi pago no início de julho. Os vencimentos de junho ainda não foram depositados nas contas dos trabalhadores, que recebem no 5º dia útil do mês subsequente ao trabalhado.

REEDUCANDOS

O servidor também contou ao FOLHAMAX que após serem expulsos dos órgãos geridos pela Setas a própria Secretaria os substituiu por reeducandos da Fundação Nova Chance (Funac), uma instituição do Governo do Estado que tem como objetivo a “reinserção social de pessoas que estão em privação de liberdade e os egressos do Sistema Penitenciário”.

A redação tentou entrar em contato com representantes da Luppa Administradora de Serviços mas não obteve resposta. Até o fechamento da matéria também não houve posicionamento oficial do Governo do Estado sobre o caso.

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