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CIDADES Sexta-feira, 05 de Julho de 2019, 13:02 - A | A

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INCENTIVO

Verbas pecuniárias incentivam crianças ao estudo em Vila Bela

REDAÇÃO

Na zona rural de Vila Bela da Santíssima Trindade (521 Km a oeste de Cuiabá) o tempo livre que os adolescentes têm é preenchido com aulas de música do projeto ‘Fanfarra Batidão da Fronteira’. Eles aprendem a notas, melodias e manuseio de instrumentos pesados que são usados na banda da cidade. O objetivo desse programa, na comunidade de Nova Fortuna, é afastar os jovens das drogas e que estejam bem na escola, já que para participar do projeto é necessário comprovar boas notas e frequência escolar.

 

Como a comunidade está localizada bem mais perto da Bolívia (6 km) que de Vila Bela (80 km) surgiu a preocupação em ocupar o contraturno escolar com uma atividade prazerosa que chamasse a atenção dos jovens. As aulas, nas duas escolas rurais da localidade, são no horário da tarde, então pela manhã, das 7h às 8h30, os adolescentes treinem.

 

Para garantir o funcionamento do projeto o Poder Judiciário fez um aporte financeiro de R$12 mil para que a Associação de Desenvolvimento da Sociedade de Nova Fortuna, que realiza a ação, adquirisse instrumentos. De acordo com o juiz titular da Comarca, Elmo Lamoia de Moraes, os valores são provenientes de transações penais e suspensão condicional do processo. Essa destinação permite a reversão de valores oriundos da criminalidade em forma de benefícios para a sociedade.

 

“O valor que tínhamos arrecadado na comarca foi destinado integralmente para comunidade investir no projeto com os adolescentes. O interessante é que esse projeto tem como tendência que os adolescentes não entrem para o crime, ou para as drogas, já que a música, aliada aos estudos, faz com que não sejam cooptados pelo crime. Fazem duas semanas que equiparam a fanfarra com os novos projetos e já percebemos que estão bem avançados”, aponta o magistrado.

 

Moraes explica ainda que o emprego dos valores cumpre com a finalidade legal do Poder Judiciário em destinar recursos para o fortalecimento das entidades voltadas à promoção do desenvolvimento humano e comunitário. Antes dos valores serem entregues, as entidades inscrevem os projetos, são visitadas por equipe multidisciplinar, que verifica a regularidade da ação e garante que a destinação seja usada da forma correta.

 

Foram adquiridos, com o valor, instrumentos profissionais, como lira, baquetas, bumbos, surdos, caixas de guerras, repiques, pratos e esteiras, utilizados para amplificar o som dos instrumentos e permitir o alcance das notas certas, além de uniformes para os jovens frequentar o projeto.

 

De acordo com o dirigente do projeto, Valdir Leal Geremias, também foram comprados materiais para manutenção da pele (parte que emite som) dos instrumentos musicais, necessários para a boa conservação. Parte do valor também está sendo utilizada para ajuda de custo do professor de música que trabalha voluntariamente com aulas de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30.

 

“O projeto começou em 2014 e vem dando certo. Com a música, a gente não deixa tempo ocioso para esses jovens se envolverem com o que não devem. O intuito principal é esse, o cunho social. É enorme a felicidade de ver um adolescente fora da proximidade das drogas como já tivemos casos de recuperação aqui e hoje o jovem trabalha e mora até fora da cidade”, explica Geremias.

 

Ele explica ainda que o valor destinado pelo Fórum foi de grande valia para a compra dos novos produtos, os quais estão sendo muito utilizados pela garotada. “Nós nos candidatamos com três projetos e fomos agraciados nesse da fanfarra que está sendo maravilhoso. Estamos tomando muito cuidado com o investimento do dinheiro para que não tenhamos problema, e, para isso, contamos com a ajuda do Ministério Público e já prestamos contas para o juiz”, aponta o gestor.

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