Cuiabá, 08 de Maio de 2024
Notícia Max
08 de Maio de 2024

ENTRETENIMENTO Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019, 09:18 - A | A

Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019, 09h:18 - A | A

CINEMA

Tarantino cria ‘Hollywoodverso’ cativante em novo filme

Terra

Divulgação

 

Foram seis minutos ininterruptos de aplausos. Segundo a Variety, Era uma vez em… Hollywood estreou no Festival de Cannes, um dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo, com uma reação para inflar egos. Jornalistas esperaram por mais de duas horas para poder prestigiar a história que tem sido descrita por muitos como uma declaração de amor de Tarantino a Hollywood. E, de fato, o longa, que mescla personagens fictícios e reais em uma atuação primorosa, acerta em cheio no roteiro, e promove uma viagem metalinguística. 

 

Ambientado em 1969, o novo filme de Quentin Tarantino se passa em Los Angeles, quando a indústria de filmes de Hollywood passava por uma grande transformação. Vivenciando essa mudança está Rick Dalton, interpretado por Leonardo DiCaprio, um astro de filmes em decadência de bang-bang do faroeste americano. Ao seu lado está Cliff Booth, personagem de Brad Pitt, que dá vida ao dublê “oficial” de Rick. Cliff é um sujeito com temperamento difícil, que depende da boa vontade de Rick para indicações de trabalho. Quando não consegue, vira seu assistente ‘faz-tudo’. Rick e Dalton têm uma relação de cumplicidade genuína, sem muitas cobranças. 

 

E se Era uma vez em … Hollywood é uma declaração de Tarantino para a indústria, um romance, o casal principal é Rick e Cliff. A dupla mostra onde se faz Hollywood, para além dos sets de gravação. E é bastidores, dos encontros dos bares, com diretores, nos trailers, pedindo favores, e até na vizinhança, onde Rick se descobre vizinho de Sharon Tate (Margot Robbie) e Roman Polanski (Rafal Zawierucha). 

 

Sharon e Roman são as personagens reais do filme de Tarantino, e representavam a porção de modernidade que a indústria de Hollywood passava na época. Sharon foi uma atriz que ficou conhecida em 1969, depois de ter sido brutalmente assassinada, grávida do seu primeiro filho do famoso cineasta, por seguidores de Charles Manson. No filme, o encontro entre o real e o inventado ocorre na Cielo Drive, condomínio de luxo que existiu de verdade, e onde aconteceu o assassinato brutal. Em Era uma vez em… Hollywood, o primeiro encontro para Rick traz uma mensagem de esperança: “estou a uma festa na piscina de distância de estrelar em um filme de Polanski”.  Tudo é possível em Hollywood.

 

‘Hollywoodverso’: o real e o fantástico

Um exercício bastante interessante para se fazer em filmes é encontrar a mensagem, a moral que o diretor quer passar com a sua história. No nono filme de Tarantino, ela aparece no encontro do real com o fantástico em uma grande viagem metalinguística.

 

Era uma vez em… Hollywood é sobre Hollywood, claro. Mas é sobre as ironias dessa grande fábrica de histórias em contraste com a realidade, contada por atores, que vivem o faz de conta em uma trama original, que mescla personagens reais e fictícios. Na história de Tarantino, a personagem real não é a principal. Sharon Tate quase não aparece, e quando aparece é justamente para se vislumbrar da fama inédita que vivencia, na vida real, lá em 1969, de uma situação talvez imaginada.

 

Na trama de Tarantino, o dublê divide quase com equidade os momentos de destaque do filme. É de Brad Pitt (e como ele está bem no filme!) a cena mais engraçada, é ‘aquela cena’ que não pode faltar em filme de Tarantino, com muito sangue, violência e humor. Leonardo DiCaprio também impressiona, principalmente nas cenas em que sua personagem confronta a sua dificuldade de não entregar o trabalho que idealiza. Na trama de Tarantino, Rick brilha mais quando é Rick, e não quando vira o justiceiro do faroeste. 

 

Agora, para o golpe de mestre. Para o trabalho de divulgação do filme, continuamos com o amor por Hollywood, pelos bastidores da construção dessa nova história onde tudo é possível, durante as entrevistas de divulgação com os atores do elenco. É impossível não se apaixonar por esse mundo, afinal. 

 

El grand finale e a cena pós-crédito

Filme que é filme de Tarantino tem sangue, tem exagero: é a sua marca registrada. E em Era uma vez em… Hollywood, o diretor a usa no momento de maior clímax. Como sou contra spoilers, só vou comentar que o diretor a usou de forma coerente com a mensagem que quer passar no filme: em Hollywood, tudo é possível. Gosto também como a trama é completada com a cena pós-crédito: não acredite em tudo que vê. 

 

 

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários