As entradas de Andrey e Marcos Júnior nos lugares de Bruno Gomes e Gabriel Pec deram resultado, Talles Magno cresceu, e Cano manteve o bom nível com toques de primeira, presença de área e inversões interessante. Faltou ao time ser mais letal quando as oportunidades de ampliar o placar apareceram.
Andrey melhora a saída de bola, e Marcos Júnior dialoga com os pontas
O Vasco começou predominante na posse, e isso tem muito a ver com a entrada de Andrey, que ditou o ritmo da equipe e qualificou a saída de bola. Ajudado pela movimentação constante de Marcos Júnior, o camisa 15 encontrou bons passes.
Ao se mexer praticamente o tempo inteiro, Marcos confundiu os bolivianos e conseguiu trocar bons passes com os pontas. No primeiro tempo, fez bela tabela com Cano, mas Marrony não deu sequência.
Com um meio-campo dinâmico, o gol era questão de tempo. E ele saiu aos 19 minutos em boa trama ofensiva. Pikachu lançou, Talles infiltrou e cruzou na medida para Cano completar de letra - em posição de impedimento que a arbitragem não assinalou.
O primeiro tempo deixou claro uma coisa que Abel destacou em coletiva:
- Uma coisa que não vinha acontecendo muito é que nós criamos.
Faltou matar o jogo: "Ah, Marcos Júnior..."
O Vasco voltou do intervalo decidido a matar o jogo e, se possível, o confronto, mas pecou em chances cristalinas, ambas com Marcos Júnior. Ficou claro que o volante deu mais agressividade e volume ao time. Só faltou cacoete de atacante.
O volante de 24 anos fez o que Abel gosta: pisou na área. Nas duas oportunidades que teve, porém, vacilou na pequena área. Perdeu após ótimo cruzamento de Pikachu e depois carimbou o travessão de Banegas após pegar rebote de Werley, que também acertara a trave.
O resultado não foi o esperado de olho no jogo de volta, marcado para 19 de fevereiro, no Estádio Ramón Tahuichi, em Santa Cruz de La Sierra, mas a apresentação coletiva animou a torcida, e esse crescimento tem muito a ver com o novo meio-campo adotado por Abel. Com essa formação, Talles e Marrony, sobretudo o primeiro, subiram de produção.
Abel, aliás, aprovou as entradas de Andrey e Marcos Júnior:
- Eu sei que a a equipe criou bem mais do que vem criando, teve uma saída de bola qualificada. Andrey fez uma partida muitíssimo boa, o Marcos Junior correspondeu plenamente o que foi pedido e treinado. Normal cair um pouquinho, mas cumpriu muito e ajudou muito nessa criação, inclusive com presença de área. É mais um jogador chegando perto do Cano. Então estou satisfeito porque conseguimos evoluir no aspecto criação.
Talles chama a responsabilidade
Talles, enfim, desabrochou em 2020. Fez contra os bolivianos sua primeira grande atuação desde o estiramento no bíceps femural da coxa direita, lesão que o tirou da reta final do Mundial Sub-17, no ano passado.
Até começou tomando decisões erradas, mas a assistência para Cano lhe deu confiança. Mexeu-se muito, e alternância de posições com Marcos Júnior e Marrony o fizeram jogar bem nas duas pontas (ficou a maior parte do tempo pela direita) e no meio.
Driblou, deu passe surpresa para Pikachu em jogada que se desenhava de maneira diferente e quase acabou em gol do lateral-direito e toque de letra. Tirou um peso das costas que lhe afligia. Tirou também sorriso do rosto de Abel, que o elogiou após o jogo.
- Foi legal. Tentei tirar esse peso dele. Falei: "Não põe peso, não cria para você uma responsabilidade maior do que seus colegas têm". A torcida apoiou, ele fez um jogo bom, o melhor (do ano), como você colocou. Quem ganha é a equipe.
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