Cuiabá, 25 de Abril de 2024
Notícia Max
25 de Abril de 2024

ESPORTE Segunda-feira, 14 de Outubro de 2019, 08:25 - A | A

Segunda-feira, 14 de Outubro de 2019, 08h:25 - A | A

DIFICULDADE

Análise: Carille insiste em trocar peças, mas só isso não basta para acabar com apatia do Corinthians

Globo esporte

DANIEL AUGUSTO

CORINTHIAS

 

Fábio Carille acerta no diagnóstico, mas erra nas soluções apresentadas para o mau futebol do Corinthians. Percebendo a dificuldade de a equipe criar, admitida em diversas entrevistas, o treinador muda o time jogo após jogo, mas só isso não tem sido suficiente para acabar com a apatia alvinegra.

 

Na derrota do Corinthians por 1 a 0 no clássico contra o São Paulo, no último domingo, no Morumbi, Carille mexeu novamente e escalou Matheus Jesus no lugar de Ramiro. Antes, já havia sacado Júnior Urso e Mateus Vital, apostado em Sornoza e recorrido a Boselli ao lado de Vagner Love.

 

Durante os jogos, o técnico também tentou melhorar o Timão com Janderson, Renê Júnior e até Régis. Não tem adiantado e nada indica que vai funcionar se ele continuar insistindo.

 

O problema não está nas peças, mas no funcionamento da engrenagem.

 

O Corinthians parece não saber o que fazer quando tem a bola. No Majestoso, a equipe teve 44% de posse, mas boa parte dela foi no campo defensivo, onde os zagueiros e laterais tocavam de um lado para o outro, sem progredirem.

 

Volantes, meias e pontas e não se aproximam para triangulações, os laterais raramente fazem ultrapassagens, e os atacantes acabam pouco municiados.

 

Diante do São Paulo, um número espantou: Boselli ficou com a bola por apenas 19 segundos. O argentino não recebeu nenhuma vez em condição de finalizar.

 

Assim como já havia sido contra o Athletico-PR, na última quinta-feira, quando o Corinthians foi dominado em boa parte da partida, Carille armou a equipe no 4-1-4-1. Com a bola, Clayson e Vagner Love avançavam e o esquema ficava mais próximo do 4-2-3-1 ou 4-3-3.

 

Vendo que as coisas não iam bem, Carille foi mudando as peças no decorrer da partida. Primeiro, inverteu Vagner Love e Clayson de lado. Assim, ele tentava resolver dois problemas de uma só vez: aproximar o camisa 9 de Boselli, fazendo com que ele e Mateus Vital se alternassem na ponta esquerda, e também proteger mais o lado direito da defesa, onde Reinaldo dava trabalho.

 

A troca não surtiu efeito na frente e ainda deixou o lado esquerdo exposto aos avanços de Igor Vinicius.

 

Mais no fim, já com o placar desfavorável, o técnico promoveu a entrada de Gustagol, deixando a equipe com dois centroavantes. De nada adiantou, afinal, a bola não chegava aos homens da frente.

 

Nós nos acostumamos a ver o Corinthians jogar mal em 2019, mas no Majestoso a equipe "caprichou". Foi dominada por um rival que nem esteve tão inspirado e em momento algum esboçou reação. O Timão deu só três chutes a gol, mas não teve nenhuma chance real de marcar.

 

É verdade que Carille não tem culpa pelos domínios errados, os passes sem direção ou a falta de confiança de alguns atletas que só tocam de lado. Mas é ele quem precisa encontrar caminhos para o time criar mais e aprender a propor o jogo.

 

O Timão vai bem se defendendo (segue com a melhor defesa do Brasileirão) e também consegue ter sucesso quando joga no contra-ataque, mas apresenta um deserto de ideias quando precisa construir.

 

O elenco do Corinthians não está no nível de Flamengo e Palmeiras, mas é bom. Tem um dos melhores goleiros do Brasil, um lateral de seleção, ganhou Gil, que é um baita zagueiro, e conta com boas promessas, como Pedrinho e Mateus Vital. Ralf, Vagner Love, Boselli e outros jogadores seriam titulares na maior parte dos times da Série A.

 

Era para o Timão estar jogando muito mais a essa altura da temporada.

 

O título já deixou de ser um sonho, e a vaga na Libertadores está ameaçada. É preciso reagir – e rápido. Isso não vai acontecer só trocando jogadores.

 

 

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários