Cuiabá, 26 de Abril de 2024
Notícia Max
26 de Abril de 2024

INTERNACIONAL Quarta-feira, 04 de Setembro de 2019, 15:10 - A | A

Quarta-feira, 04 de Setembro de 2019, 15h:10 - A | A

FRACASSO

A rasteira dos rebeldes conservadores em Boris Johnson

G1

Henry Nicholls

BORIS

 

O sorriso estampado no rosto da ex-premiê Theresa May após o fracasso retumbante de seu sucessor na primeira votação parlamentar disse tudo: o mesmo Boris Johnson, que ajudou a derrubá-la, está sob risco real de fazer história como o chefe do governo mais curto do Reino Unido. Em outras palavras, no jargão popular, a vingança é um prato que se come frio.

 

Entre as múltiplas vítimas que o Brexit já fez, a maior delas talvez seja o Partido Conservador, esfacelado e que vem balançando o pêndulo de acordo com a situação. A ameaça do premiê de expurgá-los do partido incitou ainda mais os atuais rebeldes, que na gestão anterior apoiavam May. Deram o troco e tiraram do governo o controle do Parlamento.

 

Humilhado, Johnson perdeu a ínfima maioria de um deputado na Casa dos Comuns. Não tem outra alternativa a não ser convocar eleições, no mínimo para recuperar o controle. Até para isso, ele depende dos 21 rebeldes que lhe viraram as costas e da oposição trabalhista: precisa de dois terços dos votos para aprovar um novo pleito.

 

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, também quer antecipar as eleições, mas esfrega suas exigências na cara do premiê: o Brexit sem um acordo com a União Europeia está fora de questão. Johnson não poderia postergar o pleito para depois de 31 de outubro, data estipulada para o divórcio.

 

Opositores defendem ainda uma nova extensão do prazo para o Brexit -- 31 de janeiro, contando com a anuência ainda não manifestada pelo Conselho Europeu.

 

A possibilidade de uma terceira eleição geral no país em menos de cinco anos é a mais viável. O cenário, contudo, é bastante incerto, ou seja, o novo normal do Reino Unido. Terá o peso de um referendo sobre Boris Johnson e também de um segundo plebiscito sobre o Brexit.

 

O premiê aposta suas fichas na impopularidade de Corbyn, líder que não inspira confiança em parte de seus correligionários trabalhistas. Mas ele tem outros obstáculos na sua cola: os conservadores podem perder votos para o recém-formado Partido do Brexit, do ultradireitista Nigel Farage. E também na Escócia, onde o governo pressiona por um novo referendo sobre a saída do Reino Unido. O Reino Unido da era Boris Johnson está ainda mais fragmentado.

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários