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INTERNACIONAL Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2020, 08:10 - A | A

Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2020, 08h:10 - A | A

ESTADOS UNIDOS

De olho na reeleição, Trump reforça promessas de campanha sobre empregos, imigração e defesa

G1

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta terça-feira (4) o último discurso do Estado da União deste mandato. De olho na reeleição em novembro, o republicano reforçou promessas de campanha enquanto comemorou números da economia e ações militares — como a que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, considerado chefe terrorista pela Casa Branca (veja mais adiante os assuntos abordados).

 

Leah Millis/Pool/Reuters

ob olhares de Mike Pence e Nancy Pelosi, Donald Trump faz o discurso do Estado

 

"O estado da união é mais forte do que nunca", disse Trump ao abrir o discurso.

 

No discurso, Trump não mencionou o julgamento de impeachment desta quarta-feira no Senado. Apesar da derrota na Câmara, o presidente tem maioria entre os senadores — o que torna extremamente improvável uma eventual cassação.

 

Ao chegar ao púlpito, Trump ignorou a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, que havia estendido a mão para cumprimentá-lo. A deputada — uma das principais opositoras do republicano e responsável por abrir o inquérito de impeachment — rasgou o papel com os trechos do discurso ao fim da declaração.

 

Em um momento que arrancou aplausos, o presidente promoveu — de surpresa — o reencontro de um militar que servia no Afeganistão com a mulher e os filhos. Para Trump, o momento é de "acabar com as guerras norte-americanas no Oriente Médio".

 

Veja abaixo os temas abordados por Trump durante o discurso de Estado da União

 

Venezuela

 

Pouco antes de iniciar o discurso, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apareceu no plenário da Câmara como um dos convidados da Casa Branca para assistir à fala.

 

Em meio a relatos de que o governo norte-americano estaria iniciando diálogos com o regime de Nicolás Maduro, Trump reforçou o apoio a Guaidó — que foi ovacionado tanto por republicanos quanto por democratas.

 

"Aqui nesta noite está um homem que carrega as esperanças e aspirações de todos os venezuelanos. Aqui está o verdadeiro e legítimo presidente da Venezuela: Juan Guaidó", disse Trump.

O presidente dos EUA ainda afirmou que Maduro será destituído e que o regime chavista sofrerá uma ruptura.

 

"Maduro é um governante ilegítimo, um tirano que brutaliza seu povo", disse Trump sobre o chefe do chavismo venezuelano.

 

Trump ainda afirmou que apoia os esforços contra os regimes de Cuba e Venezuela e, assim como no discurso de 2019, criticou o socialismo — mensagem que reverbera na corrida eleitoral porque pré-candidatos democratas como Bernie Sanders se definem como "socialistas democráticos".

 

"O socialismo destrói nações e sempre nos lembra de que a liberdade une as almas", afirmou o republicano.

 

Imigração

 

Outra promessa de campanha feita ainda em 2016, o reforço à política migratória foi abordado por Trump durante o discurso. O republicano celebrou o andamento da política de "capturar e expulsar" e as operações na fronteira com o México.

 

"Meu governo acabou com a política de capturar e libertar. Agora, se você entrar ilegalmente, vai ser pego e rapidamente retirado do país", assegurou.

 

Trump prometeu que, no próximo ano, o muro na fronteira com o México será entregue com cerca de 800 quilômetros de extensão. A barreira era uma das principais promessas feitas durante a campanha contra Hillary Clinton há quatro anos.

 

Além disso, ao abordar a questão da saúde nos EUA — outro tema sensível na corrida à Casa Branca —, Trump criticou os estados norte-americanos que oferecem acesso gratuito ao sistema de saúde a imigrantes clandestinos.

 

Terrorismo e defesa

 

Trump também celebrou a morte do general iraniano Qassem Soleimani, a quem acusa de estar por trás de atos terroristas no Oriente Médio. No discurso, o presidente repetiu que o militar planejava novos ataques contra os EUA, o que motivou a ofensiva de janeiro.

 

"[Soleimani] era o açougueiro mais cruel do regime iraniano que matou milhares de americanos no Iraque. Como um dos maiores terroristas, orquestrou a morte de americanos pelo mundo", afirmou.

 

"Nossa mensagem aos terroristas é clara: vocês nunca vão escapar da Justiça norte-americana se vocês nos atacarem. Vamos acabar com suas vidas."

 

O presidente ainda comemorou o lançamento da Força Espacial — o sexto braço das Forças Armadas dos EUA, que teve o início da implementação aprovado pelo Congresso.

 

No entanto, Trump afirmou que era momento de encerrar as guerras com participação norte-americana no Oriente Médio — outro ponto bastante explorado pelo presidente ao longo do mandato.

 

No fim do discurso, ele convidou, de surpresa, um militar que estava no Afeganistão a encontrar sua família em pleno Congresso dos EUA: ao ser anunciado, o sargento Townsend Williams recebeu aplausos da maioria dos presentes e abraçou a esposa e os filhos, ainda perplexos com o encontro.

 

Economia e comércio

 

O presidente dos EUA reforçou os dados positivos da economia, um dos principais trunfos do republicano rumo à reeleição em novembro. Trump celebrou os baixos números de desemprego — "os menores do século", segundo ele — e falou em uma "explosão azul", referindo-se aos índices positivos e à retomada da confiança do consumidor.

 

"Os EUA agora são independentes em energia e os empregos no setor, tão importantes para o nosso país, estão em alta recorde", afirmou.

Trump ainda comemorou a assinatura do novo acordo comercial com Canadá e México para substituir o Nafta, uma das principais promessas de campanha do republicano ainda em 2016. "Muitos políticos foram e voltaram, prometendo trocar ou mudar o Nafta, só para fazer nada", alfinetou.

 

O republicano também afirmou que a imposição de tarifas à China — um dos passos da guerra comercial entre os dois países — foi uma medida bem sucedida. Segundo ele, isso permitiu a "proteção de empregos dentro dos EUA".

 

Embora tenha adotado um tom duro em relação às trocas comerciais com Pequim, Trump disse estar trabalhando em conjunto com o governo chinês para combater o novo coronavírus. Recentemente, os EUA adotaram novas medidas nos aeroportos que incluem o impedimento de entrada de estrangeiros que tenham passado recentemente pela China.

 

Veja abaixo outros temas que Trump abordou no discurso desta terça-feira.

 

.Trump expressou o desejo de que os EUA voltem a pisar na Lua e que sejam o primeiro país a enviar humanos a Marte;

.reforçou o apoio ao porte de armas nos EUA;

.pediu aprovação de lei para construção de novos túneis e pontes;

.prometeu assegurar acesso à internet rápida a todos os norte-americanos, especialmente na área rural;

.pediu a congressistas que apoiem a proposta de oferecer educação técnica e vocacional em toda escola de ensino médio;

.chamou de "socialistas" os projetos da oposição para substituir o sistema de saúde de Trump;

.prometeu erradicar a "epidemia de aids" nos EUA;

.prometeu mais verba para pesquisa na área da medicina neonatal;

.pediu que congressistas aprovem leis que proíbam o "aborto tardio".

 

O que é o Estado da União?

 

É o discurso do presidente que ocorre todos os anos em uma sessão conjunta do Congresso americano. Nele, o chefe de Estado e de governo presta esclarecimentos aos parlamentares, militares e integrantes da Suprema Corte sobre a atual situação dos EUA e os planos e prioridades do ano.

 

O primeiro discurso sobre o Estado da União foi pronunciado por George Washington em 8 de janeiro de 1790.

 

Tradicionalmente, o presidente norte-americano pede esforços a deputados e senadores para aprovar projetos que o chefe de governo acredita ser importante. No ano passado, Trump defendeu a construção de um muro na fronteira com o México — assunto que, no início de 2019, levou a um embate entre a Casa Branca e o Congresso.

 

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