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INTERNACIONAL Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019, 15:04 - A | A

Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019, 15h:04 - A | A

PAÍS

Em eleição, Israel discute secularismo, anexação de parte da Cisjordânia e acusações contra Netanyahu

G1

REUTERS

ELEIÇÃO ISRAEL

 

Israel terá a sua segunda eleição geral do ano nesta terça-feira (17), depois que a coalizão vitoriosa na primeira votação, em abril, desmoronou por causa de conflitos entre os diferentes partidos que apoiavam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

 

Foi preciso organizar uma nova votação porque não havia maioria parlamentar, depois que o tema dos privilégios dos ultraortodoxos dividiu a frente política de Netanyahu.

 

Os ultraortodoxos, que apoiam o primeiro-ministro, têm algumas condições vantajosas em relação a outros setores da sociedade de Israel.

 

Por exemplo, há subsídios para que eles estudem a Torá e possam ter grandes famílias, e os rabinos ultraortodoxos têm monopólio para executar tarefas em casamentos, divórcios e conversões ao judaísmo.

 

Além disso, há várias formas de os ultraortodoxos deixarem de servir o exército, o que, no país, é compulsório para todos. Eles, no entanto, pediam uma lei para que fossem plenamente isentos do serviço militar.

 

Um político da base de apoio do primeiro-ministro Netanyahu se recusou a compactuar com essa demanda dos ultraortodoxos e rompeu a coalizão.

 

Isso implicou a convocação das novas eleições, que acontecem nesta terça-feira (17).

 

O ex-amigo

O líder que se recusou a acatar os pedidos dos ultraortodoxos se chama Avigdor Lieberman, e ele tem uma longa relação com Netanyahu.

 

Lieberman, de origem russa, foi leão-de-chácara, é secular (ou seja, ele considera que Israel não deveria ser um Estado judeu) e conheceu Netanyahu em 1988. É um político de direita e preconiza um endurecimento do tratamento que os israelenses dão aos palestinos.

 

Lieberman e Netanyahu tiveram desavenças ao longo dos anos, mas, até abril, o primeiro garantiu a maioria parlamentar ao do segundo.

 

Com a recusa, pela parte de Lieberman, em aceitar as demandas dos ultraortodoxos para formar o governo, as eleições desta terça tiveram como tema a intensidade do judaísmo do Estado de Israel.

 

As acusações criminais

Os israelenses pró-secularidade dizem que os benefícios dados aos ultraortodoxos são excessivos. Além disso, afirmam que Netanyahu cede aos mais religiosos para escapar das acusações de corrupção que ele enfrenta –o primeiro-ministro pode virar réu em três processos diferentes, em possíveis casos de suborno, fraude e quebra de contrato.

 

A eleição desta terça ocorre um mês antes de Netanyahu comparecer perante a Justiça.

 

Uma vitória eleitoral poderia permitir que seus aliados votem sua imunidade.

 

Israel dividida

O concorrente de Benjamin Netanyahu é o ex-general Benny Gantz.

 

A intenção de votos nos dois partidos é igual: as pesquisas projetam que cada um teria 32 assentos, de um total de 120, no Parlamento israelense, o Knesset.

 

"Raros são os momentos em que os eleitores se defrontam com duas opções tão diferentes, dois caminhos, e precisam escolher qual deles seguir", opinou Benny Gantz em um artigo publicado nesta segunda (16) nos principais jornais do país.

"Sob meu governo, o partido Azul-Branco mudará a direção do comando do Estado israelense rumo a mais democracia. As divisões vão terminar; pelo contrário, ações rápidas serão tomadas para formar um governo de união", garantiu Gantz, que diz querer liderar o país "no interesse de todos os israelenses" e "não no interesse dos lobistas".

 

Netanyahu promete anexar mais terras

Nas rádios locais, Netanyahu defendeu seu balanço econômico –a taxa de desemprego está em 3,7%, a menor da história– e instou seus eleitores a votar em massa para impedir que "a esquerda e os árabes" assumam o poder.

 

Ele também atacou o centrista Gantz, a quem considera "de esquerda", bem como a "lista unida" dos partidos árabes, hostis a ele, embora não estejam relacionados ao seu próprio partido, e que poderiam desempenhar um papel fundamental na formação de um governo de coalizão.

 

No domingo (15), Netanyahu cancelou seu último comício de campanha, uma estratégia de acordo com seus adversários para mobilizar seus eleitores.

 

Netanyahu prometeu, na semana passada, caso vença as eleições, anexar todas as colônias judaicas no Vale do Jordão, um território estratégico que representa aproximadamente 30% da Cisjordânia ocupada.

 

O anúncio foi duramente criticado pelas autoridades palestinas, que acreditam que, se for realizado, equivale à morte do processo de paz

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