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INTERNACIONAL Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019, 09:10 - A | A

Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019, 09h:10 - A | A

POPULAÇÃO

Milhares de rohingyas em Mianamar ainda vivem sob ameaça de genocídio, alerta ONU

G1

Rafiqur Rahman

MIANAMAR

 

Quase 600 mil rohingyas que permanecem em Mianmar vivem sob ameaça de genocídio, alertaram nesta segunda-feira (16) investigadores da ONU. Eles pediram, novamente, que os generais de alto escalão do país sejam levados a julgamento.

 

Há dois anos, a população rohingya - minoria muçulmana de Mianmar, que tem maioria budista - começou a deixar o país em direção ao vizinho Bangladesh, depois que o exército mianmarense executou violentas ações de repressão contra essa população. Hoje, cerca de 1 milhão de refugiados rohingyas vivem em Bangladesh.

 

Em setembro do ano passado, Mianmar rejeitou um relatório elaborado por um painel indicado pela ONU afirmando que oficiais militares realizaram a campanha contra os rohingyas com "intenção genocida" e deveriam ser julgados.

 

Genocídio

 

No relatório divulgado nesta segunda (16), a missão da ONU indicou ter "motivos razoáveis para concluir que as evidências que deduzem a intenção genocida do Estado" foram reforçadas desde o último relatório, divulgado em setembro do ano passado.

 

Os especialistas afirmaram, ainda, que Mianmar não está cumprindo sua obrigação de evitar e investigar o genocídio - ou de aprovar legislação que o criminalize e puna.

 

Além disso, para os investigadores da ONU, fatores como a discriminação legal, a destruição de casas e terras que pertenciam aos rohingyas que fugiram do país e a falta de justiça para as vítimas das "operações de limpeza" de 2016 e 2017 levam à conclusão de que as ações do governo mianmarense resultam nos crimes contra a humanidade de "atos inumanos" e "perseguição".

 

Os especialistas avaliaram, também, que Mianmar violou obrigações previstas em um acordo internacional sobre direitos econômicos, culturais e sociais e um outro, sobre direitos da criança, ao restringir o movimento dos rohingyas, privá-los de comida, restringir-lhes o uso da terra e negar a eles o direito a ajuda humanitária.

 

"A missão avalia que as condições que permitem o retorno voluntário, seguro e com dignidade de Bangladesh de cerca de um milhão de refugiados rohingyas não existem ainda", escreveram os especialistas.

O painel da ONU disse que as provas reunidas em quase 1,3 mil entrevistas com testemunhas foram passadas a um novo mecanismo de investigação de Mianmar que poderá apoiar qualquer processo futuro em tribunais internacionais.

 

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