A Rússia exigiu nesta sexta-feira (11) a Washington "explicações claras" sobre a denúncia nos Estados Unidos da advogada russa Natalia Veselnitskaya, que se reuniu em 2016 com vários membros da equipe de campanha de Donald Trump com a promessa que teria informações contra sua concorrente, Hillary Clinton.
Veselnitskaya, de 43 anos, foi acusada na última terça-feira por obstruir o exercício da Justiça, alegando que ela deu "uma declaração intencionalmente enganosa" a uma corte federal americana em 2015.
A acusação, que pode resultar a penas de 10 anos de prisão, não está diretamente relacionado aos contatos de Natalia Veselnitskaya com a equipe Trump, mas o documento destaca os vínculos entre a advogada e o Executivo russo.
"Lançar ações penais contra cidadãos russos nos Estados Unidos por acusações incompreensíveis se converteu em um costume (...). Não estamos dispostos a aceitá-las e pedimos a Washington explicações claras e inteligíveis", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zajarova, em coletiva de imprensa.
Zajarova denunciou uma "nova saga da campanha contra a Rússia existente nos Estados Unidos" e considerou que este caso parecia uma "vingança" da Justiça americana contra a advogada que, segundo ela, é "uma jurista que mostra profissionalismo".
Reunião na Trump Tower
Em junho de 2016, Veselnitskaya se reuniu com vários membros da campanha de Donald Trump, incluindo seu filho, Donald Trump Jr, e seu genro, Jared Kushner, na Trump Tower, em Nova York.
A Justiça americana investiga se a equipe eleitoral de Trump agiu em conluio com pessoas ligadas ao governo de Vladimir Putin, na Rússia, para favorecer a sua vitória.
A advogada negou que tivesse informação comprometedora sobre Hillary Clinton e disse que não tem nenhuma ligação com o Kremelin. Segundo ela, o encontro com o empresário Trump Jr. foi para falar sobre outros assuntos, entre eles o Magnitsky Act - uma lei americana contra russos suspeitos de violar direitos humanos.
E-mails divulgados pelo filho que Trump mostram que ele tinha a expectativa de que ela daria informações sobre Hillary. Ele postou trechos de uma troca de e-mails com pessoas ligadas ao governo russo em sua conta do Twitter.
No e-mail de 3 de junho de 2016, o publicitário Rob Goldstone afirma que o procurador-geral da Rússia “se ofereceu para fornecer documentos oficiais e informações sobre Hillary Clinton para a campanha de Trump”. Essas informações poderiam incriminar a então candidata democrata e “poderiam ser muito úteis para seu pai”. Em uma das mensagens, Trump Jr. escreve que "adoraria" receber essas informações.
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