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OPINIÃO Sexta-feira, 07 de Abril de 2023, 07:22 - A | A

Sexta-feira, 07 de Abril de 2023, 07h:22 - A | A

ALFREDO DA MOTA MENEZES

Na história

Fez 59 anos que derrubaram João Goulart do governo, no dia 31 de março de 1964

ALFREDO DA MOTA MENEZES

Fez 59 anos que derrubaram João Goulart do governo, no dia 31 de março de 1964. Um general, em Minas Gerais, Olímpio Mourão, fez a primeira movimentação.

Logo outros setores militares se movimentaram para derrubar o governo civil.

Goulart era vice-presidente e assumiu a presidência depois da renuncia de Jânio Quadros que ganhara a eleição de Henrique Teixeira Lott, um general do Exército. Talvez, se o Lott tivesse ganho a eleição, não se teria a ditadura militar.

Se Jânio não tivesse fugido, terminasse seu governo, não se teria também o regime militar no controle do país. Mataria aquela página antidemocrática na história.
A alegação para derrubar Goulart foi que ele era comunista. Uma invenção sem muito sentido. Goulart era dono de muitas terras, fora vice de Getúlio Vargas e depois de Jânio. Seu cunhado, Leonel Brizola, era mais estridente com assuntos da esquerda, não Goulart.

O mundo estava polarizado entre EUA e União Soviética. Era a Guerra Fria, onde se via comunista até debaixo da mesa de jantar. A história prova que os EUA ajudaram na derrubada de Goulart. Lincoln Gordon era o embaixador dos EUA no Brasil. Cartas trocadas, e já liberadas para pesquisas, mostram como aquele embaixador lutou para tirar Goulart do governo.

Ditaduras militares não foram somente no Brasil naquele momento. Na América Latina, que alguns nos EUA chamavam de quintal norte americano, tinha aos montes.

No quintal, se pilheriava antes, não podia ter nunca alguém que pensasse diferente do que queria Tio Sam. Chile, Argentina, Paraguai, Bolívia, Brasil, Equador, Peru, Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Panamá, todos com governos militares ao mesmo tempo.

Voltando ao Brasil. A queda de Goulart teve apoio civil no Congresso, como os presidentes do Senado, Moura Cavalcanti e da Câmara, Ranieri Mazilli. Assume o governo Humberto Castelo Branco, militar graduado, nascido no Ceará. Logo foi substituído por Costa e Silva, outro general.

Fala-se que ele sofreu um derrame, até hoje não provado se aconteceu ou não, e vai assumir Emilio Garrastazu Médici, do Rio Grande do Sul. Na sequência outro gaúcho, Ernesto Geisel.

De interesse para a história de MT foi o momento que mais vieram colonos do sul para o Nortão do estado. A rodovia 163 foi aberta naquele período.

O regime militar ficou pior e mais brutal com o Ato Institucional número cinco de dezembro de 1968. Prisões, torturas, mortes, imprensa amordaçada, área da cultura sob censura, diretórios estudantis nas Universidades sob controle absoluto.

No governo Geisel a economia começou a ter problema, no seguinte, João Figueiredo a coisa esquentou, inflação chegando a 200 por cento. Os EUA, que ajudara liberar recursos para o regime se manter no poder, se afastaram disso. Acabaram os empréstimos.

Em 1983, um deputado federal de MT, Dante de Oliveira, faz proposta de eleição direta para presidente. Nasce o movimento Diretas Já. Veio uma eleição indireta para presidente no Congresso. Ganhou Tancredo Neves. Morreu um dia antes de assumir. Seu vice. Jose Sarney, assume a presidência em 1985. Começa outra história.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.

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