REPRODUÇÃO

 

Um vídeo que circula na internet há 3 dias mostra uma confusão entre uma equipe da Guarda Municipal de Várzea Grande e funcionários da Pizzaria Meu Canto e da Biotraining Academia, situadas no bairro Ipase, uma ao lado da outra. No Facebook, a publicação feita pela dona da academia, Marina Mafra, ganhou repercussão e está compartilhada por vários usuários, principalmente porque ela insinua que houve racismo por parte dos agentes da Guarda Municipal pelo fato de o segurança da academia, alvo da ação, ser negro. 

Na publicação, ela avalia a abordagem da Guarda Municipal como lastimável e relata que tudo ocorreu em frente à empresa onde o funcionário dela estava sofrendo ameaça de um cliente da pizzaria e acionou a equipe para prestar apoio.

A confusão foi registrada no último sábado (14) e envolve 2 agentes da Guarda Municipal devidamente fardados e um terceiro homem que seria funcionário da pizzaria. Ele também ajuda a derrubar o segurança da academia e participa da abordagem, apesar de não estar uniformizado. Os guardas municipais não o impedem de participar da imobilização do segurança que foi colocado na condição de "suspeito".

Marina relata que quando a equipe de guardas chegou abordou, revistou e derrubou o funcionário com um golpe, sem motivo aparente enquanto trabalhava. A empresária acredita que a abordagem 'truculenta' se deu pelo fato de seu funcionário ser negro.

"Ele estava trabalhando. Simplesmente por ele ser moreno, pois o mesmo segurança de pele branca da pizzaria Meu Canto o ajudou e ajoelhou golpeando a cabeça do nosso funcionário. Sendo que a Guarda foi chamada para ajudar o moreno que era vítima e acabou virando acusado", desabafou.

A publicação gerou revolta, diversos comentários e até a publicação desta matéria já tinha sido compartilhada por 996 usuários do Facebook.. Os comentários são tanto a favor do funcionário quanto da Guarda Municipal.

Em um deles, um homem comenta que o cara que se veste de preto é um "babaca porque quem ele pensa que é para ajudar socar o joelho na cara do rapaz?". "Não vi nada demais no vídeo. Não sei porque esse governo faz questão de dar porte de arma para esses guarda. Tipo, tem oportunidade de ser polícia, mas sem nenhum preparo. Não merecem meu respeito".

Em outra postagem, uma outra pessoa comemora o fato do funcionário da academia ser agredido, pois segundo ele, o homem estaria ameaçando os clientes da pizzaria e cobrando por estacionamento na via.

No vídeo, mostra o momento em que a equipe chega e tem outros 2 homens conversando, que supostamente são funcionários da academia e da pizzaria.

Após algum momento sem demonstrar reação, o último guarda que desce do carro joga o homem no chão enquanto que os outros se aproximaram e há um fechamento em cima dele até chegar ao ponto de ser algemado.

Para comentar sobre o caso, a equipe de reportagem do Gazeta Digital, entrou em contato com as duas empresas para se posicionar sobre seus empregados. Porém, nenhuma das ligações foram atendidas ou retornadas.

Outro lado

Procurada,  a Guarda Municipal informou que o fato foi registrado na Polícia Militar. Porém, com uma versão diferente da apresentada pela proprietária da academia.

Segundo o atendente da Guarda Municipal que não quis se identificar, os guardas não foram acionados uma única vez pelo funcionário da academia. Alega que outras pessoas que se identificaram como clientes da pizzaria dizendo que estavam recebendo ameaças do 'segurança da academia', pois ao estacionarem seus veículos na via ele cobrava entre R$ 2 a R$ 5 para que os carros pudessem ficar no local.

"Precisa ver se ele é de fato funcionário da academia. Se for ela está compactuando com a atitude errada dele em cobrar por estacionamento em um lugar que não é terreno dela. Por conta das ameaças, nós convidamos o homem para ir até a delegacia dar depoimento e ser liberado, mas ele se negou e tentou fugir. Por isso, nós precisamos usar essa técnica de imobilização que é legal para algemá-lo", disse um guarda.

Na pizzaria, as ligações da reportagem não foram atendidas. 

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