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POLÍCIA Quarta-feira, 29 de Maio de 2019, 12:07 - A | A

Quarta-feira, 29 de Maio de 2019, 12h:07 - A | A

DISPUTA ACIRRADA

Rival de Arcanjo preso em operação recebeu título de comendador

Rayane Alves

O empresário Frederico Muller Coutinho preso na operação ‘Mantus’ deflagrada na manhã desta quarta-feira (29) rival do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, também preso na ação por disputarem espaços pelo jogo do bicho na Capital, recebeu o mesmo título de ‘comendador’ pela Câmara de Cuiabá. A honraria foi cedida no dia 15 de abril pelo o vereador Adevair Cabral (PSDB).

 

Reprodução

Frederico Müller Coutinho

 

Conforme informações do delegado responsável pelas investigações, Luiz Henrique Damasceno, Frederico liderava a segunda organização criminosa que comanda parte do jogo do bicho em Mato Grosso. A primeira e mais forte que está pelo menos há 30 anos instalada em Cuiabá, é liderada por João Arcanjo. Juntos os grupos criminosos movimentaram cerca de R$ 20 milhões.

 

Além do título de comenda, Frederico também ganhou notoriedade ao relatar esquemas durante a gestão do ex-governador, Silval Barbosa, na operação Sodoma.

 

Já sobre a operação deflagrada nesta quarta-feira, o delegado explicou que as investigações começaram há dois anos na Gerência de Combate ao Crime Organizada (GCCO), quando o delegado na época titular, Diogo Santa de Souza, recebeu denúncias anônimas de que teria a permanência do jogo do bicho.

 

Assim, as diligências foram iniciadas, relatórios realizados e algumas apreensões  concluídas que serviram como base para que as investigações continuassem e, possívelmente, juntar com extratos bancários que Arcanjo continuava como líder do jogo do bicho, sendo que na época em que ficou preso, ele deixou o genro dele Giovanni Zem Rodrigues, no comando. Giovanni também foi preso hoje após desembarcar no aeroporto de Guarulhos (SP).

 

Frederico, além da contravenção penal é acusado de lavagem de dinheiro.

 

Já Arcanjo foi detido pelos crimes de organização criminosa e extorsão mediante sequestro, segundo o delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Stringueta, que explica que jogo do bicho é o ilícito que gera os demais, mas não que provoca prisão. O caso de extorsão mediante sequestro teria acontecido no município de Juara.

 

“Só do Frederico receber título de comendador é sinal de que ele queria se equiparar ao Arcanjo. Os dois são os presos mais importantes da operação. Além deles, temos outros nomes que serão divulgados ainda. Porém, temos até contadores e cidadãos comuns que realizavam o recolhimento dos valores e viabilizavam valores inseridos”, destacou.

 

Na casa de Arcanjo, foram apreendidos R$ 201.890, além de anotações sobre o jogo do bicho. Na casa do genro dele também foram apreendidas algumas anotações que possivelmente são espelhos umas das outras. “Um recebia e outro conferia”, pontuou.

 

Além dessas duas bancas de jogo com “poder forte em Mato Grosso”, uma terceira tentou se instalar, mas as investigações apontaram que não evoluiu, já que a casa de um dos envolvidos “tomou alguns tiros”.

 

Prisão

Apesar estar preso, Luiz Henrique Damasceno explicou que o jogo do bicho nunca parou em Mato Grosso. Mas, depois de ser solto e passar a cumprir pena no regime semi-aberto, Arcanjo passou a ser envolver novamente e ser o líder, já que um dos locais que a polícia descobriu é o estacionamento que ele cumpre pena. Lá, também foram apreendidas anotações.

 

“Essa prisão é independente do regime semi-aberto. O juiz da 7ª Vara Criminal vai comunicar o juiz da Execução Penal para que seja adotada o cumprimento da pena ou não”, afirmou.

 

Ainda na tarde desta quarta-feira, todos os detidos devem passar por audiência de custódia no Fórum de Cuiabá.

 

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