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POLÍTICA & PODER Sexta-feira, 19 de Outubro de 2018, 17:40 - A | A

Sexta-feira, 19 de Outubro de 2018, 17h:40 - A | A

EM DELAÇÃO PREMIADA

Empresário diz que ex-governador prometeu doar R$ 10 milhões para a campanha do atual governador de MT em 2014

Flávia Borges, G1 MT

Pedro Taques (esquerda) e o ex-governador Silval Barbosa. — Foto: Renê Dióz/G1

 

O empresário Alan Malouf afirmou em delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-governador Silval Barbosa (MDB), que passou dois anos preso, prometeu durante reunião com o atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), em agosto de 2014, doar R$ 10 milhões para a campanha do tucano, do qual é adversário político.

 

À época, Taques era candidato ao governo. Taques informou em nota que não vai se pronunciar, pois, segundo ele, não há fato novo.

A reunião na casa do empresário aconteceu em plena campanha eleitoral e tinha o objetivo de viabilizar apoio financeiro por parte de Silval Barbosa a favor de Pedro Taques, segundo o delator.

 

Conforme o empresário disse em delação premiada, Silval e Taques chegaram a se afastar das outras pessoas para conversar em particular por cerca de 40 minutos.

 

Malouf garante que, ao final da reunião, Taques teria dito a ele que “a pauta debatida estava acordada entre as duas partes”.

 

Ainda segundo o delator, alguns dias após a reunião, o então secretário-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf foi cobrado por dois empresários que faziam parte do esquema sobre o cumprimento do acordo entre Silval e Taques.

 

Passados mais alguns dias sem qualquer resposta sobre o recurso prometido por Silval a Taques, Nadaf teria sido procurado novamente.

Dessa vez, no entanto, Malouf diz que os empresários desistiram de cobrar que Nadaf tomasse providências para o pagamento do valor.

 

Alan Malouf diz que não sabe se, por fim, o valor foi ou não pago a Pedro Taques.

 

Outro lado

 

O governador afirmou que não vai se pronunciar já que não há fato novo. Em nota, Pedro Taques já negou qualquer tipo de fraude e destacou que a prestação de contas da campanha de 2014 foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

 

“Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato. Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça”, afirmou o governador por meio de nota.

 

Suspensão de sigilo

 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (19) a suspensão do sigilo na delação do empresário Alan Malouf sobre um esquema de desvio de verba na Secretaria Estadual de Educação (Seduc). O esquema foi descoberto durante a Operação Rêmora, deflagrada em 2015, primeiro ano da atual gestão. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Justiça que circula nesta sexta-feira.

 

A Procuradoria-Geral da República afirmou ao ministro que como o governador Pedro Taques (PSDB) e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) já tiveram acesso à delação do empresário não há justificativa para manter o sigilo.

 

Envolvimento de Taques

 

Antes mesmo da delação premiada, o empresário Alan Malouf disse à Justiça que o governador Pedro Taques (PSDB) tinha conhecimento do esquema de pagamento de propina na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e da existência de "caixa 2" na campanha eleitoral de 2014, quando concorreu ao governo do estado.

 

Acusação

 

Malouf é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ser parte do núcleo que liderava uma quadrilha que fraudava licitações de obras em escolas públicas do estado. Os crimes teriam sido cometidos entre 2015 e 2016, dois primeiros anos do governo Taques.

 

O MPE diz que o empresário tinha a função de formular e aprovar os métodos para desviar dinheiro público da Seduc, durante a gestão Permínio Pinto, também acusado de fazer parte da quadrilha. Malouf foi denunciado pelo Ministério Público por organização criminosa e corrupção passiva.

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