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POLÍTICA & PODER Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2018, 09:18 - A | A

Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2018, 09h:18 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Júlio Campos: “Há um desejo grande de ver o DEM disputando para governador”

Redação

Reprodução

 

Um dos políticos mais experientes de Mato Grosso, o ex-governador Júlio Campos fez uma análise do quadro eleitoral em entrevista ao jornal Notícia Max, reafirmando a tendência do Democratas lançar candidato próprio ao governo, o que, segundo ele, é um forte desejo da militância do partido, que há muito tempo não disputa uma eleição para o governo estadual. O líder democrata frisa ainda que a legenda está aberta ao diálogo, coloca um prazo para que o governador Pedro Taques viabilize seu projeto de disputar a reeleição, e sobre as novas filiações que devem acontecer em março, quando será aberta a chamada janela partidária.

Notícia Max - O senhor fez recentemente uma análise de que uma chapa Mauro Mendes e Jayme Campos seria ideal. Mas o Mauro não define se sairá candidato. Isso não atrapalha as articulações? Não joga o DEM nos braços de outro candidato?

Júlio Campos - Não, veja bem, primeiro, o Democratas está sofrendo uma reestruturação de alto nível, agora no dia 8 de março. Como você sabe, o diretório nacional convocou a convenção do partido lá em Brasília para destituir o diretório nacional e todos os 27 diretórios regionais, e todos os diretórios municipais nos municípios brasileiros

Após isso, porque estamos recebendo agora este mês de março com a abertura da janela partidária, mais de 20 novos parlamentares. O DEM vai sair de 30 parlamentares para 50, entre deputados federais e senadores, e uma centena também, vários deputados estaduais nos mais diversos estados.

Vamos receber lideranças de vários partidos, em especial doze desses parlamentares são do PSB que tiveram atritos internos com a direção nacional. Entre os quais dois aqui de Mato Grosso, que é o Fábio Garcia e o Adilton Sachetti.

Ocorre que antes de 8 de março não podemos definir nada porque o partido vai ser reestruturado a nível de Brasil e em especial a nível de Mato Grosso.

Notícia Max – Então, quando seria feita essa definição?

Júlio Campos - A partir de março vamos receber aqui em Mato Grosso dois deputados federais novos, o Fábio e o Sachetti, no mínimo dois deputados estaduais, Eduardo Botelho e o professor Adriano Silva, e mais o ex-prefeito da Capital  o doutor Mauro Mendes e mais dez prefeitos do interior, muitos vereadores e muitos novos filiados.

Então, um partido que vai ser reestruturado, com uma nova comissão provisória estadual, não pode definir processo eleitoral antes de decisão de companheiros que vão chegar no partido. Só em abril, mais ou menos, no final de abril é que estaremos reestruturados para começarmos o processo de escolha de candidatos.

Notícia Max – Mas o senhor vê no DEM a vontade de disputar a eleição para o governo?

Júlio Campos – Exatamente. O que eu disse e reafirmo, é que há um desejo muito grande das bases, do partido, dos militantes, nós somos 55 mil filiados, e em uma pesquisa recentemente feita, nós detectamos que a grande maioria, 75% a 80% desses filiados, desejam ver o DEM disputando as eleições próprias de governador, senador, uma chapa de deputado federal e uma chapa de deputado estadual. Coisa que não ocorria nas últimas eleições. 

Nós na eleição de 2014 estivemos coligados com Pedro Taques, em 2010 estivemos coligados com Wilson Santos, em 2006 foi com Blairo Maggi, em 2002 também com Blairo Maggi, a última eleição que este grupo do DEM disputou foi em 1998 com Júlio Campos que candidatou a governador e perdeu as eleições para Dante de Oliveira, na reeleição do Dante.

Então, o partido está ansioso agora e quer participar do processo eleitoral. É claro que isso vai ser estudado, vai ser pesquisado se temos chance ou não.

O partido agora reforçado e com dois fortes nomes, já detectado em pesquisa feita pelo Ibope de que tanto Mauro Mendes quanto Jayme Campos são potencialmente fortes para disputar governo e senado, ambos têm possibilidade de ser tanto governador quanto senador, então o partido sonha com isso. E o sonho é livre, né?

Notícia Max - Mas o partido está aberto a conversações com outras legendas?

Júlio Campos - Claro, nada impede de continuarmos coligados com o atual governo, com o governador Pedro Taques ou outra coligação que ainda pode ser formada. Não significa que o partido está fechado ao diálogo.

Mas nós não podemos fechar nenhum compromisso, como aquela reunião que deve a alguns dias atrás na residência oficial do governador, dizendo que já tinha acertado, com Jayme Campos fora da chapa e a chapa seria Pedro, Fávaro e Nilson Leitão e a outra vaga para o Blairo Maggi.

O Democratas não pode tomar esse tipo de compromisso Jayme Campos não pode falar pelo Democratas, assim como não falou Ele foi muito sincero e falou olha, eu não estou aqui representando o Democratas, estou aqui como amigo do governador Pedro Taques e não tenho poder para decidir.

No Democratas nós somos muito democratas realmente. Quando vai tomar uma decisão, reúne-se a executiva estadual do partido para fazer qualquer tomada de decisão.

Notícia Max - Mas o senhor acredita que o Pedro taques consegue reverter esse desgaste e viabilizar o projeto de reeleição?

Júlio Campos - Olha, ele tem no máximo de 60 a 90 dias, daqui até junho, para viabilizar um projeto político maior. Hoje a situação, nós temos que reconhecer, que é difícil. Com muita crise econômica e financeira, política, administrativa, tudo é difícil, mas ele é um homem trabalhador, é um homem esforçado, e temos que reconhecer isso, destemido, porque ele não tem medo de disputar a eleição, pois largou o cargo vitalício de procurador da república para disputar um mandato de senador em 2010 e ganhou e em seguida ganhou a eleição para governador.

Mas temos que ver que ele tem a máquina na mão. Máquina é máquina, governo é governo, mesmo assim acredito que tem muitos nomes potencialmente fortes. Além de Jayme Campos, além de Mauro Mendes, tem o nome do senador Wellington Fagundes, que está sendo cogitado para ser um candidato da oposição, é lembrado o nome do ex-conselheiro Antonio Joaquim, é lembrado o nome também do deputado Ságuas Moraes, enfim, nomes vão surgir. Agora, cada partido tem que trabalhar o que for possível. 

Notícia Max – Quais as projeções do Democratas para as eleições deste ano?

Júlio Campos - Nós estamos trabalhando para eleger pelo menos dois deputados federais, cinco deputados estaduais na próxima Assembleia e fazer um senador e se for possível um governador ou vice-governador em uma coligação.

Então, o partido está idealizado para isso, estamos nos esforçando muito, dialogando, conversando com outras forças políticas que podem vir somar conosco, em um projeto maior, e um partido não pode ficar desativado, esperando cair do céu, que não vai.

O DEM está aberto ao diálogo com todas as forças políticas. Queremos continuar juntos, queremos, mas desde que participemos ativamente do processo majoritário.

 

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