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AGRONEGÓCIO Quinta-feira, 20 de Outubro de 2016, 08:30 - A | A

Quinta-feira, 20 de Outubro de 2016, 08h:30 - A | A

28,3 MIL HECTARES

Mato Grosso lidera plantio ilegal de soja no Brasil

FOTO: ASSESSORIA

 

Mato Grosso detém a maior participação no plantio de soja em áreas de desflorestamento. De acordo com o Relatório de Monitoramento do Plantio de Soja 2015/2016 no Bioma Amazônia, foram ocupados no Estado 28,3 mil hectares em desacordo com a Moratória da Soja, que completa dez anos de vigência. O resultado consta no Relatório divulgado durante evento da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em São Paulo, na quarta-feira,19.

 

Outros estados que ainda produzem a oleaginosa em inconformidade com o pacto ambiental firmado por entidades da classe produtora, ONGs ambientais e governo são: Pará, com 7,5 mil hectares plantados em áreas desmatadas na última temporada agrícola, Rondônia (com 1,4 mil/ha) e Amapá (40/ha). O mapeamento foi elaborado pela Agrosatélite e auditado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mantém o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).

 

Apesar dessas ocorrências, a Abiove conclui que a cultura da soja não tem sido um fator relevante de desmatamento na região. Ao contrário, revela que a produção de alimentos tem sido conciliada com a conservação dos recursos naturais da maior floresta tropical do mundo. Segundo o Gruto de Trabalho da Soja (GTS), formado pelo setor privado, sociedade civil e governo federal, ao comemorar uma década da Moratória, constata-se que os 37,2 mil hectares de soja da safra 2015/2016, em desacordo com a Moratória, representam 1,1% da área desmatada no bioma.

 

Na avaliação do presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, o GTS contribuiu para planejar e executar ações que resultaram na diminuição do desmatamento, que caiu de 19,014 mil quilômetros quadrados em 2005 para 5,831 mil quilômetros quadrados em 2015 no bioma Amazônia, conforme dados do Inpe. “Contribuiu para isso o pacto assumido por indústrias processadoras de soja e tradings representadas pela Abiove e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec)”, avalia. “A partir de julho de 2006, as empresas ligadas a essas duas entidades pararam de adquirir e de financiar a sojaplantada em áreas desmatadas do bioma Amazônia”, relembra.

 

Na percepção do presidente da Abiove, quando o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA) estiverem implementados definitivamente, em todo o território nacional, a Moratória passará a ter uma participação secundária no controle do desmatamento na Amazônia. Sendo assim, poderá ser extinta. Para a diretora de sustentabilidade da Amaggi, Juliana Lopes, ainda que Mato Grosso lidere o plantio de soja em desacordo com a Moratória, a área cultivada não impacta tanto. “O volume total de hectares em desacordo é de 1% da área total do bioma. Os produtores estão cada vez mais conscientes e a gente vê a Moratória como uma iniciativa muito bem sucedida”.

 

Nesse período foi mostrado que aumentar a produção com ganho de produtividade e redução do desmatamento não é um processo antagônico. A Moratória mostra sucesso nessa união entre produção e conservação”, conclui.

 

Em maio deste ano, a Moratória foi estendida por prazo indefinido, até que possa ser substituída por um mecanismo que assegure a governança ambiental da região.

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