A travessia de 2025 tem sido amarga para os produtores de arroz no Rio Grande do Sul. O preço do grão em casca acumula queda de quase 40% no ano, segundo dados do Cepea. Só em setembro, o Indicador CEPEA/IRGA-RS — que considera produto com 58% de grãos inteiros e pagamento à vista — recuou 9,3%.
A pressão vem de todos os lados: o mercado interno não reage, a oferta segue ampla e as exportações caminham em marcha lenta. No exterior, o cenário também é desfavorável. Conforme levantamento da FAO, os preços internacionais do arroz beneficiado atingiram, em agosto, o menor nível em 43 meses.
Baixa global amplia pressão sobre produtores brasileiros
O índice global da FAO caiu para 101,4 pontos em agosto, 2,03% abaixo de julho e 24,33% menor que o registrado no mesmo mês de 2024. Entre os 18 países analisados, 16 registraram quedas acentuadas — com destaque para Brasil, Argentina e Uruguai.
Esse comportamento internacional colabora para manter as cotações deprimidas no Brasil, reforçando um quadro de rentabilidade limitada. De acordo com o Cepea, esse cenário deve impactar diretamente o planejamento da próxima safra.
Menor rentabilidade pode reduzir área de arroz no Brasil
Com margens mais estreitas e pouca perspectiva de reação no curto prazo, a tendência é de retração na área plantada para a safra 2025/26. A redução no cultivo de arroz deve se concentrar sobretudo no Sul do País, onde está a principal base produtiva do cereal. A avaliação dos pesquisadores diz que, enquanto a oferta continuar elevada e o mercado externo não reagir, o setor deve enfrentar uma temporada marcada por ajustes e incertezas.
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