O mercado internacional de cacau segue marcado por forte volatilidade, em meio a incertezas climáticas na África Ocidental, preocupações com a qualidade das amêndoas e medidas regulatórias na Costa do Marfim. Os contratos futuros da commodity apresentaram oscilações expressivas nas últimas semanas. Em 5 de junho, o contrato de julho fechou a 10.076 dólares por tonelada em Nova York e 6.612 libras por tonelada em Londres, após ter alcançado a máxima de três meses e meio.
“As recentes chuvas acima da média em regiões produtoras da Costa do Marfim e Gana trouxeram alívio momentâneo ao mercado, mas o volume acumulado desde o início da safra 24/25 ainda está abaixo da média histórica. A continuidade das precipitações ao longo de junho e julho será determinante para o desempenho da próxima safra principal (25/26)”, afirma Carolina França, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.
Apesar da melhora pontual nas condições climáticas, a qualidade das amêndoas segue sendo um fator de preocupação, sobretudo em áreas impactadas por estiagens no início do ano. Como resposta ao cenário de oferta restrita, o órgão regulador do cacau da Costa do Marfim anunciou a intenção de limitar as exportações da próxima safra a 1,3 milhão de toneladas, volume inferior à média de 1,7 milhão de toneladas registrada nos últimos anos.
A redução projetada nas exportações, somada à desaceleração nas entregas aos portos e à incerteza sobre a safra futura, tem sustentado os preços no curto prazo. O aumento do spread entre os contratos com vencimento em julho e setembro de 2025, em ambos os principais mercados futuros, reflete a apreensão dos agentes econômicos quanto à disponibilidade imediata da commodity.
Contudo, se as previsões climáticas forem confirmadas e produtores de outras regiões, como o Equador, mantiverem o desempenho atual, o suporte aos preços poderá enfraquecer nos próximos meses. Os spreads futuros indicam firmeza no curto prazo, mas o cenário permanece incerto para o médio e longo prazo. As próximas semanas serão decisivas para a definição da safra 2025/26, com impactos diretos sobre o comportamento dos preços no mercado internacional.
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