Quando os olhos se abrem, é tempo de guaraná. A metáfora, inspirada nas sementes que lembram pupilas humanas, anuncia a chegada da colheita dessa planta emblemática do Amazonas, entre novembro e janeiro. Este ano, apesar das preocupações com o calor e os efeitos das mudanças climáticas, o saldo tem se mostrado positivo para os produtores de guaraná no Amazonas. Segundo o pesquisador André Atroch, da Embrapa Amazônia Ocidental, a safra atual apresenta um crescimento expressivo em relação ao ano anterior.
Em visitas de campo, acompanhamentos nas áreas experimentais da Embrapa e trocas de informações em grupos de produtores, Atroch observa que a colheita ainda em andamento já aponta para um aumento de 20% a 30% na produção em comparação com 2024. Grandes empresas do setor também relatam resultados ainda mais robustos, com ganhos próximos de 50%.
“Os produtores comentam que estão colhendo bem mais guaraná do que no ano passado. Esse aumento é perceptível nas áreas que temos acompanhado”, destacou o pesquisador. “O que tem se observado nas áreas é as plantas muito carregadas, muito cheias de guaraná.
O estado do Amazonas hoje produz entre 600 e 700 toneladas ao ano e isso pode atingir entre 700 e até 800 toneladas. Essa produção é de guaraná em rama, que é a semente seca a 13%”, acrescenta.
Clima favorável ao cultivo
Ao contrário de outros anos, os eventos climáticos não prejudicaram a cultura em 2025. Setembro, período crítico para a floração, não registrou secas prolongadas nem chuvas intensas capazes de derrubar ou secar as flores. Houve dias mais quentes, considerados os mais intensos das últimas duas décadas, mas sem impacto direto na produção. “Para o guaraná, o tempo foi normal. Mesmo com alguns dias de calor extremo, isso não chegou a comprometer a safra”, explicou Atroch.
Expectativas para o fechamento da safra
Com a chegada das chuvas de novembro em Manaus, há uma preocupação pontual: que a intensidade das precipitações provoque a queda de frutos maduros ou o apodrecimento de cachos ainda na planta. Ainda assim, a expectativa é de que o balanço final confirme 2025 como um ano de recuperação e crescimento para o guaraná amazonense.
Pesquisas da Embrapa
A Embrapa Amazônia Ocidental desenvolve pesquisas estratégicas com o guaraná, voltadas para melhoramento genético, conservação de variedades e aumento da produtividade, buscando fortalecer a cultura tradicional e ampliar seu valor econômico e social no Amazonas.
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