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Violência no rj

Quem são 115 de 117 suspeitos mortos em megaoperação, segundo a polícia

A operação policial contra o Comando Vermelho realizada na terça-feira da semana passada foi a mais letal já registrada no país

BBC News Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou na noite de domingo, 2, a lista com os nomes de 115 dos 117 suspeitos mortos na megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão na semana passada.

A operação também deixou um saldo de quatro policiais mortos. Segundo a polícia, dois mortos ainda não foram identificados, com perícias inconclusivas até o momento.

A operação policial contra o Comando Vermelho realizada na terça-feira da semana passada (28/10) foi a mais letal já registrada no país. Ela envolveu 2,5 mil agentes das forças de segurança do Rio de Janeiro para cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão em uma área de 9 milhões de metros quadrados.

A operação não atingiu parte da cúpula do Comando Vermelho: Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como maior líder da facção em liberdade, segue sendo procurado. Assim como Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, Juan Pedro Ramos, o BMW, e Carlos da Costa Neves, o Gardenal.

Movimentos de direitos humanos classificam a operação como "chacina" e questionam sua eficácia como política de segurança. O grande número de vítimas também foi criticado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que se disse "horrorizado" com a operação nas favelas.

Ao todo, 113 pessoas foram presas.

Sobre os mortos na operação, a polícia do Rio afirmou em nota que "mais de 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho e 54% eram de fora do Estado".

"O trabalho de inteligência desenvolvido pela cúpula de Segurança Pública do Estado identificou que 59 tinham mandados de prisão pendentes, pelo menos 97 apresentavam históricos criminais relevantes", afirma a nota.

As informações do governo do Rio também indicam que 17 dos mortos identificados não apresentavam histórico criminal. Destes, "12 apresentaram indícios de participação no tráfico em suas redes sociais", afirma a nota.

No documento divulgado, a polícia anexou fotos de algumas das postagens que supostamente apontariam para as atividades criminosas dos suspeitos. Em algumas delas, eles aparecem em fotos carregando armas ou usam emojis que, segundo as autoridades, fazem alusão à bandeira do Comando Vermelho.

Os outros 5 mortos não possuem anotações criminais e não figuram como autor ou envolvido em registros de ocorrência no Rio de Janeiro, de acordo com a própria polícia. Também não há indício de envolvimento com o tráfico em suas redes sociais.

Ainda segundo o governo carioca, 62 suspeitos mortos são de outros Estados: 19 do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas, 9 de Goiás, 4 do Ceará, 3 do Espírito Santo, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 1 do Mato Grosso, 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal.

"A apuração concluída é o verdadeiro retrato do cenário que eu venho insistentemente falando. Foi um duro golpe na criminalidade", disse o governador Claudio Castro, na nota.

"Entre os que morreram ao reagir à ação das forças policiais, havia diversos líderes criminosos. Inclusive de outros Estados, como chefes do tráfico do Espírito Santo, Amazonas, Bahia e Goiás. Se não tiver uma integração efetiva de poderes e demais entes, sob a ótica e apoio federal, vamos vencer batalhas, mas não a guerra."

O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, disse que a lista não encerra o trabalho de investigação, e que relatórios estão sendo produzidos para serem entregues aos órgãos competentes.

Ele disse que a "mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada".

"Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato", disse o delegado.

Os nomes dos 115 mortos divulgados pela Polícia Civil são:

Adailton Bruno Schmitz da Silva
Adan Pablo Alves de Oliveira
Aleilson da Cunha Luz Junior
Alessandro Alves de Souza
Alessandro Alves Silva
Alessandro Martins Moreira de Oliveira
Anderson da Silva Severo
André Luiz Ferreira Mendes Junior
Arlen João de Almeida
Brendon César da Silva Souza
Bruno Almeida de Oliveira
Bruno Correa da Costa
Bruno dos Santos Raimundo
Carlos Eduardo Santos Felício
Carlos Henrique Castro Soares da Silva
Cauãn Fernandes do Carmo Soares
Célio Guimarães Júnior
Cleideson Silva da Cunha
Cleiton Cesar Dias Mello
Cleiton Souza da Silva
Cleiton Souza da Silva
Cleys Bandeira da Silva
Danilo Ferreira do Amor Divino
Diego dos Santos Muniz
Diogo Garcez Santos Silva
Diogo Souza Nunes
Douglas Conceição de Souza
Douglas Henrique Simões da Costa
Eder Alves de Souza
Edione dos Santos Dias
Edson de Magalhães Pinto
Eliel Castro de Jesus
Emerson Pereira Solidade
Erick Vieira de Paiva
Evandro da Silva Machado
Fabian Alves Martins
Fabiano Martins Amancio
Fabio Francisco Santana Sales
Fabricio dos Santos da Silva
Felipe da Silva
Fernando Henrique dos Santos
Francisco Machado dos Santos
Francisco Myller Moreira da Cunha
Francisco Nataniel Alves Gonçalves
Francisco Teixeira Parente
Gabriel Lemos Vasconcelos
Gilberto Nascimento da Rocha
Gustavo Souza de Oliveira
Hercules Salles de Lima
Hito José Pereira Bastos
Jean Alex Santos Campos
Jeanderson Bismarque Soares de Almeida
Jonas de Azeredo Vieira
Jônatas Ferreira Santos
Jonatha Daniel Barros da Silva
Jorge Benedito Correa Barbosa
Jorge Santos dos Anjos
José Paulo Nascimento Fernandes
Josigledson de Freitas Silva
Juan Marciel Pinho de Souza
Kauã de Souza Rodrigues da Silva
Kauã Teixeira dos Santos
Keven Vinicius Sousa Ramos
Kleber Izaias dos Santos
Leonardo Fernandes da Rocha
Luan Carlos Dias Pastana
Luan Carlos Marcolino de Alcântara
Lucas Alves Araujo
Lucas da Conceição
Lucas da Silva Lima
Lucas Guedes Marques
Luciano Ramos Silva
Luiz Carlos de Jesus Andrade
Luiz Claudio da Silva Santos
Luiz Eduardo da Silva Mattos
Maicon Pyterson da Silva
Maicon Thomaz Vilela da Silva
Marcio da Silva de Jesus
Marcos Adriano Azevedo de Almeida
Marcos Antonio Silva Junior
Marcos Aurelio Amaral Carreira
Marcos Vinicius da Silva Lima
Marllon de Melo Felisberto
Maxwel Araújo Zacarias
Michel Mendes Peçanha
Nailson Miranda da Silva
Nelson Soares Dos Reis Campos
Rafael Correa da Costa
Rafael de Moraes Silva
Ricardo Aquino dos Santos
Richard Souza dos Santos
Robson da Silva Monteiro
Rodolfo Pantoja da Silva
Ronald Oliveira Ricardo
Ronaldo Julião da Silva
Rubens Lourenço dos Santos
Tarcisio da Silva Carvalho
Tiago Neves Reis
Vanderley Silva Borges
Victor Hugo Rangel de Oliveira
Vitor Ednilson Martins Maia
Wagner Nunes Santana
Waldemar Ribeiro Saraiva
Wallace Barata Pimentel
Wellington Brito dos Santos
Wellington Santos de Jesus
Wellinson de Sena dos Santos
Wendel Francisco dos Santos
Wesley Martins E Silva
William dos Santos Barbosa
Willian Botelho de Freitas Borges
Yago Rakhel Rodrigues Rios
Yan dos Santos Fernandes
Yure Carlos Mothé Sobral Palomo
Yuri dos Santos Barreto

Os quatro policiais mortos na operação já tiveram suas identidades divulgadas na semana passada:

Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, comissário da 53ª DP (Mesquita);
Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos, 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope);
Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, 3º sargento do Bope.

 

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