O Coordenador Pedagógico, Historiador e Produtor Cultural Rafael Freitas usou suas redes sociais para relatar que foi vítima de racismo em uma unidade das Lojas Americanas, no Pantanal Shopping, em Cuiabá.
Rafael é fanático por jogos, e no último domingo (17) dirigiu-se à loja para comprar uma unidade do jogo Final Fantasy XV (Square EnixOfficialStore) para PlayStation4. Ele já havia adquirido o produto online, mas, ansioso pela espera, resolveu ‘se dar de presente’, por isso foi à loja. ‘Nos dirigimos ao Shopping Pantanal onde fomos frustrados pela falta do game em duas lojas, sendo a loja Americanas a última esperança’, relata.
No entanto, ao perguntar sobre o produto para o vendedor do estande, o mesmo foi tratado com indiferença, sendo respondido com ‘os que temos estão ali’. “À primeira vista concluí que se tratava de um mau atendimento, porém, resignado, não vi alternativa a não ser a compra digital”, diz Rafael em um ‘textão’ na sua página do Facebook.
Como se não bastasse, o produtor ainda relata que logo depois de ser atendido com desdém pelo vendedor, uma ‘mulher branca’ também chegou procurando um jogo, o Just Dance, para PS4 e o atendente a respondeu prontamente: “vou verificar”. Indignado, Rafael fechou a compra e saiu da loja para procurar sua esposa, mas, movido por um sentimento de repulsa, retornou à loja e indagou o vendedor, que finalizava a compra da mulher: “por qual motivo me foi negado um atendimento executado com tão esmero quando solicitado pela mulher branca? Qual o critério para me negar um pedido e atender o dela?”, questionou, iniciando então uma discussão.
Um senhor que presenciou a cena disse que passou pelo mesmo constrangimento com sua esposa também negra.
Após o acontecido, o supervisor pediu desculpas a Rafael, mas encerrou afirmando que seu funcionário não é obrigado a se desculpar com ele. “Certamente, ouvir um pedido de desculpas seria acalentador, mas entendi que minha função era comunicar, sobretudo para o vendedor, que sua atitude foi racista, ainda que sem intenção.”, diz o coordenador pedagógico.
Acontece que, perante a Lei de número 7.716/1989, racismo é crime, inafiançável e não prescreve, ou seja, quem cometeu o ato racista pode ser condenado mesmo anos depois do crime.
Rafael registrou um Boletim de Ocorrência na 1ª Delegacia da Capital, minutos depois do incidente, por crime de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional e pretende entrar judicialmente contra a Lojas Americanas. “Não me calarei, não tolerarei.”, finaliza.
OUTRO LADO
O site Notícia Max tentou entrar em contato com a Assessoria da Lojas Americanas, bem como o gerente da unidade do Pantanal Shopping, mas até o momento não obtivemos resposta. Nosso site continua aberto para a empresa se manifestar.
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