Brasil perde R$ 130 bilhões por ano com pirataria, contrabando e comércio ilegal de produtos e conteúdo. O levantamento é do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP).
Os danos causados pela pirataria digital e as alternativas para combater a prática foram tema de debate na sede da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), nesta quinta-feira (7).
Durante o encontro, entidades e associações ligadas ao direito e às produtoras de conteúdo defenderam a aprovação de projetos que permitam o bloqueio de sites que divulguem conteúdo pirata.
Andressa Pappas, diretora de relações governamentais da Motion Picture Association Brasil (MPA Brasil), afirmou que o bloqueio é o meio mais eficaz de combater a pirataria. “O bloqueio de sites hoje, está mais do que demonstrado, é o mecanismo que se mostra mais eficaz para combater a pirataria em larga escala”, afirmou.
Um dos maiores problemas enfrentados na hora de combater a pirataria digital é o fato de 90% desses sites estarem hospedados fora do Brasil, apontou a Ajufe. Com isso, retirar o conteúdo do ar pode demorar até quatro anos.
Avanço da pirataria
Segundo dados do FNCP, os maiores sites de pirataria de filmes e séries tiveram 1,7 bilhão de acessos entre dezembro de 2015 e maio de 2016. Um número de acessos oito vezes maior do que os acessos ao Netflix, principal serviço de conteúdo sob demanda.
Durante esse período, o Brasil deixou de arrecadar R$ 721 milhões em impostos por causa da pirataria de filmes. A estimativa é que mais de 13 mil filmes e títulos foram pirateados, 58 mil empregos deixaram de ser criados e que a indústria de filmes tenha tido um prejuízo de R$ 2 bilhões.
No mercado de TV por assinatura, a estimativa da Associação Brasileira das TVs por Assinatura (ABTA) é que 100 mil empregos estão em risco por causa da pirataria. Segundo Antonio Salles, consultor da associação, o Brasil tem hoje cerca de 4 milhões de aparelhos de TV por assinatura pirata, o que gera uma perda de receita para o setor de R$ 6 bilhões por ano.
Liberdade de expressão
Marcelo Bechara, diretor jurídico da ABTA, destacou que o combate à pirataria não é uma questão de liberdade de expressão, mas de combater o crime. “Não estamos tratando de uma prática de liberdade de expressão. Estamos falando de um crime”, afirmou durante o debate.
Durante sua apresentação, Bechara destacou que a proposta não é combater o usuário, mas a estrutura que comete o crime. “Temos que ir atrás de que faz o crime como meio de vida”, disse. Ele lembrou que por trás dos sites de pirataria de conteúdo há uma estrutura criminosa que traz outros danos à sociedade.
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