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ECONOMIA Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025, 11:13 - A | A

Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025, 11h:13 - A | A

Mercado financeiro

Copom deve manter taxa de juros em 15% nesta quarta e adiar início de cortes para 2026

R7

Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta-feira (17) a nova taxa básica de juros da economia brasileira. A expectativa predominante entre analistas financeiros indica estabilidade no patamar atual — 15%, o maior desde 2006.

A rodada de discussões teve início na terça-feira (16). A nova taxa valerá ao menos pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se reunir para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

No encontro anterior, o comitê interrompeu o ciclo de sete altas consecutivas iniciado em setembro de 2024.

Na última ata, o comitê reforçou que a Selic deveria continuar em patamar elevado já que política monetária seguiria “significativamente contracionista” por “período bastante prolongado”, enquanto as expectativas de inflação permanecem desancoradas.

Superquarta no Brasil e nos EUA

O anúncio desta quarta-feira ocorre durante a chamada “superquarta” — quando decisões sobre juros são divulgadas simultaneamente por autoridades monetárias do Brasil e dos Estados Unidos.

O Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) deve reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, o primeiro corte de 2025.

A instituição, alvo de críticas do presidente Donald Trump, tende a confirmar a pressão do republicano por juros mais baixos — medida que enfraqueceria o dólar e impulsionaria a atividade econômica.

Demissão de diretora

Neste domingo (14), o norte-americano renovou um pedido de emergência para que um tribunal de apelações dos EUA autorize a demissão de Lisa Cook, diretora do Fed.

A defesa de Cook alega falta de fundamentos legais para a demissão e alerta para riscos à economia caso o tribunal acate a solicitação, enquanto o governo sustenta que os argumentos apresentados não têm respaldo jurídico.

Projeções do mercado

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros em 2025, projetando que a Selic encerre o ano em 15% ao ano, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central.

Para os anos seguintes, houve ajustes pontuais. A previsão para 2026 recuou de 12,50% para 12,38% ao ano, enquanto, para 2027, a expectativa segue em 10,50% ao ano.

Segundo a Warren Investimentos, a manutenção da Selic em 15% deve ocorrer devido à desaceleração gradual da atividade, à acomodação dos dados de crédito e à valorização do real frente ao dólar, enquanto ganhos reais de rendimento no mercado de trabalho exercem leve pressão sobre os preços, especialmente em itens sensíveis à demanda.

O início do ciclo de cortes é projetado apenas para janeiro de 2026, com redução de 0,25 ponto percentual, mas a trajetória da Selic seguirá dependente das próximas leituras do IPCA, a inflação oficial, e da evolução do mercado de trabalho, fatores que podem prolongar a taxa em patamar elevado.

O que é a Selic?

Selic representa o principal instrumento de controle do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Taxas elevadas encarecem o crédito, limitam o consumo e a produção e podem desacelerar o crescimento econômico.

Na prática, elevações na Selic aumentam os juros aplicados a financiamentos, empréstimos e cartões de crédito, desestimulando a demanda e contribuindo para a contenção da inflação.

Histórico

Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic permaneceu em 13,75% ao ano. Em seguida, ocorreram seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual e outro de 0,25, reduzindo a taxa para 10,5% em maio de 2024.

Esse patamar vigorou até setembro do mesmo ano, quando o Copom iniciou uma nova série de elevações, levando os juros para 10,75%.

Desde então, houve sete aumentos sucessivos, até atingir os atuais 15% — o nível mais elevado desde 2006.

 

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