Mato Grosso é o estado que mais produz o etanol de milho no país e a estimativa é que sejam produzidos 740 milhões de litros neste ano. O volume processado aumentou muito nos últimos anos. Em 2012, quando as usinas começaram a operar, eram produzidos 11 milhões de litros.
Quatro indústrias de biocombustível se instalaram no norte do estado nos últimos seis anos. A região Norte do estado está se transformando em um polo industrial do biocombustível, o que tem facilitado a venda do milho após a colheita.
Do total de milho produzido no estado, 5% são destinados à fabricação de etanol. Essa produção faz do estado o maior produtor nacional de biocombustível feito do cereal. O momento é do cultivo da soja, mas o que tem animado muitos produtores é o milho.
O agricultor Laércio Lenz, que tem uma propriedade em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, viu na fabricação do etanol de milho uma boa oportunidade de negócio. Ele vendeu mais de um milhão de toneladas do produto para uma usina.
O contrato é futuro: o milho vendido ainda vai demorar para ser plantado. "Hoje depois dessa queda do dólar, o milho abaixou de preço. Está em torno de R$ 19 em Sorriso, mas os níveis de comercialização futura foi na faixa de R$ 20, R$ 21, contou.
O cereal tem sido muito procurado para a fabricação de etanol. "A industrialização é um sonho de todo produtor aqui do norte do estado de Mato Grosso, em virtude da logística. A gente percebe as instalações de algumas usinas de etanol aqui. Em um raio de praticamente 150 quilômetros, vamos ter três usinas de grande porte aqui na nossa região. Isso é muito importante porque você com certeza abre mais mercado. Nós produtores vamos ter mais opção para vender o milho", avalia Laercio Lenz.
Parte do milho que sai das lavouras tem como destino as usinas. O cereal que geralmente é usado na alimentação humana e animal vira biocombustível.
Uma das usinas processa em média 18 mil toneladas do cereal por ano. O sócio-proprietário da empresa, Pedro de Moraes Filho, disse que o etanol é comercializado na região, por meio das distribuidoras de Sinop e Lucas do Rio Verde.
Para fazer o etanol, primeiro é feita a trituração do milho. Depois são adicionadas água e enzimas criando uma pasta, que é fervida nesses caldeirões. Por fim, o produto passa por processos de fermentação e destilação, separando o etanol de outros componentes.
O processo é bem mais demorado que o do etanol de cana de açúcar. "O etanol de milho precisa de 40 horas para ficar pronto, enquanto o etanol de cana precisa de 8 horas, disse o diretor executivo do Sindacool, Jorge dos Santos.
Outra indústria, a maior do estado, localizada em Lucas do Rio Verde, começou a operar há pouco mais de um ano.
Neste período, produziu 220 milhões de litros de etanol. No ano que vem, a produção deve dobrar já que a usina está em processo de ampliação.
"Com a duplicação, vamos para um 1,3 milhão e, com as novas fábricas, neste momento a gente tem contemplado a fábrica de Sorriso. Vamos adicionar mais 700 mil toneladas, então vai ser um total de 2 milhões de toneladas de milho por ano que vão ser transformadas em etanol", disse Rafael Abud, presidente da indústria
O estado colheu na última safra mais de 27 milhões de toneladas do grão e 5% foram destinados para a produção do etanol. Quanto mais cresce a produção do biocombustível, mais os agricultores se sentem seguros na hora de vender a safra.
"Com toda a certeza, gera segurança, gera mais riqueza para toda a região e gera emprego também, porque emprego é riqueza também", afirmou.
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