Enquanto muitos atletas chegaram onde estão através de esforço e dedicação, para alguns a natureza foi generosa. Eles ganharam na loteria biológica e apresentam vantagens inatas. São os heróis da genética, que herdaram combinação de genes que os tornam quase invencíveis.
O genoma humano possui aproximadamente 25.000 genes, presentes em torno de 30 trilhões de células no corpo humano. Se colocássemos o DNA de todas essas células de maneira linear, teríamos um comprimento que daria para ir e voltar a lua diversas vezes. Esse genoma apresenta seis bilhões de nucleotídeos (os famosos A, T, C e Gs). Seis bilhões de possibilidades de dar tudo certo ou tudo errado.
Pesquisadores da Universidade de Standford na Califórnia (EUA), que costumavam pesquisar variantes genéticas associadas ao câncer, em busca de novos tratamentos, há alguns anos, passaram a ir em busca desses genes super-heróis, que conferem habilidades extraordinárias à alguns indivíduos. Esse estudo, denominado "Elite" busca pessoas com a melhor forma física em todo o mundo, com o objetivo de identificar quais os genes são responsáveis por torná-los superatletas.
Embora existam diversos parâmetros para indicar um atleta de elite, esses pesquisadores selecionaram os atletas participantes da pesquisa com base em uma característica, a quantidade máxima de oxigênio que o corpo pode usar, o VO2 máx. É considerado um dos marcadores mais importantes, não só para o sucesso atlético, mas para saúde global: é um indicador crucial da função cardiovascular.
Como também é um marcador usado a muitos anos, também permite estudos retrospectivos. Para fazer parte dessa pesquisa, os homens precisam ter um VO2 maior que 75 mililitros de oxigênio por minuto e as mulheres, 63 mililitros de oxigênio por minuto. Menos de 0,00172% da população seria qualificada. Ou seja, são pessoas com imenso potencial atlético.
Um dos achados desse projeto foi uma alteração no gene da enzima conversora da angiotensina, a ACE. Essa mesma enzima está envolvida na predisposição à pressão alta, mas nos atletas de elite ela parece favorecer a manutenção da função cardiovascular, aumentando a resistência dessas pessoas. Mesmo com alguns achados, esse ainda é um estudo complexo e que ainda levará uns bons anos para resultados mais conclusivos. Já foram identificadas aproximadamente nove mil variantes genética promissoras e que devem ser investigadas de forma mais profunda.
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