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INTERNACIONAL Terça-feira, 21 de Outubro de 2025, 14:04 - A | A

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Venezuela

Forças Armadas protegem ditadura de Maduro com caças americanos e russos

R7

Na última semana, o governo de Nicolás Maduro iniciou uma ampla mobilização militar e o treinamento de civis para combate. As medidas ocorrem em meio à presença de navios e caças dos Estados Unidos no Caribe, que, segundo os norte-americanos, participam de uma operação contra o tráfico de drogas na região.

O regime chavista ativou novas zonas de defesa em todo o país e orientou os venezuelanos a “se prepararem para o pior”. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, disse que a Venezuela enfrenta uma “grave ameaça” e pediu que a população se junte ao esforço “patriótico” de defesa.

Imagens de civis armados, rastejando na lama e realizando treinamentos militares, passaram a ser exibidas pela TV estatal desde então. Para analistas, o governo tenta exibir força e coesão interna diante da escalada de tensões com Washington, que já deixou dezenas de mortos em ataques contra embarcações supostamente utilizadas por traficantes.

“Esses sistemas nunca foram projetados para impedir uma intervenção dos EUA”, disse o pesquisador Andrei Serbin Pont, especialista em assuntos militares venezuelanos, ao jornal The New York Times. Segundo ele, o discurso de defesa nacional serve mais para consolidar apoio político do que como preparação real para um confronto.

Forças armadas: chavismo e Moscou

As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) se tornaram um dos principais pilares do regime de Maduro. Desde o governo de Hugo Chávez, Caracas investe fortemente em armamentos russos, como tanques T-72, sistemas de mísseis S-300 e rifles Kalashnikov.

A Venezuela conta hoje com cerca de 123 mil militares ativos – entre Exército, Armada, Aviação e Guarda Nacional – segundo dados do IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos).

No ranking norte-americano Global Fire Power (GFP), que classifica os países de acordo com a capacidade bélica total, o país ocupa a 50ª posição, atrás de vizinhos sul-americanos, como Brasil e Colômbia.

O Exército, chefiado pelo major-general Johan Hernández Lárez, é o mais numeroso e politicamente alinhado ao governo. Dele vieram nomes centrais do chavismo, como Chávez, Diosdado Cabello e o próprio Padrino López.

Mesmo com o arsenal russo, especialistas apontam limitações graves. A crise econômica, a falta de peças e o êxodo de militares reduziram a capacidade operacional das forças armadas venezuelanas ao longo dos anos.

Jatos russos, mas também norte-americanos

A Aviação Militar, comandada pelo major-general Lenín Ramírez Villasmil, é considerada a força mais tecnológica da FANB. O destaque está nos caças russos Sukhoi Su-30MK2, equipados com mísseis antinavio e de longo alcance.

Em setembro, durante a escalada com os EUA, a FANB divulgou vídeos de dois Su-30 armados sobrevoando o litoral venezuelano – uma resposta simbólica à movimentação da frota norte-americana no Caribe.

Mas a frota venezuela também inclui caças norte-americanos. É o caso dos F-16, que foram comprados nos anos 1980, quando Caracas ainda mantinha relações próximas com Washington.

Os EUA entregaram 24 aeronaves à Venezuela entre 1983 e 1985, o que fez dos venezuelanos o primeiro país sul-americano autorizado a operar o modelo. Atualmente, segundo dados da Flight Global, apenas quatro F-16 permanecem operacionais.

Esses aviões chegaram a ser decisivos durante a tentativa de golpe de 1992, mas as sanções impostas após a aproximação de Chávez com Moscou e Pequim deixaram a frota sem peças de reposição.

Defesa antiaérea e poder naval

A Venezuela mantém um sistema de defesa aérea robusto, composto por 12 baterias de mísseis S-300, 9 sistemas Buk e 44 Pechora, além de lançadores portáteis Igla-S – todos de origem russa.

Já a Armada Bolivariana, sob comando do almirante Ashraf Suleimán Gutiérrez, é considerada o elo mais fraco. Hoje, conta com uma única fragata e um submarino em operação, além de nove navios de patrulha oceânica, segundo a rede norte-americana CNN.

Segundo especialistas, parte da frota foi equipada com mísseis de fabricação chilena e iraniana, mas ainda carece de sistemas de defesa modernos.

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