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INTERNACIONAL Terça-feira, 18 de Dezembro de 2018, 15:21 - A | A

Terça-feira, 18 de Dezembro de 2018, 15h:21 - A | A

DOENÇA TERMINAL

O drama da mãe que não consegue entrar nos EUA para ver filho que está morrendo

BBC

 

"Ela só quer segurar a mão dele pela última vez." A declaração é de Ali Hassan, pai de Abdullah Hassan, um menino de 2 anos que nasceu com uma doença neurológica rara à qual, segundo os médicos, ele não vai sobreviver.

 

Hassan se refere ao desejo da esposa, Shaima Swileh, natural do Iêmen, que não consegue entrar nos Estados Unidos, onde o filho está internado, por causa do veto migratório imposto em 2017 pelo presidente americano, Donald Trump.

 

Abdullah - diagnosticado com hipomielinização, doença que afeta a capacidade de respirar - está internado em um hospital de Oakland, na Califórnia. De acordo com a imprensa local, ele e o pai são cidadãos americanos.

 

A família luta pelo direito de Swileh ver o filho pela última vez antes de desligarem os aparelhos que o mantêm vivo. O pai argumenta, ainda, que o menino não sobreviveria a uma transferência para outro país.

JK

 

 

O que é o veto migratório

 

Pouco depois de assumir o cargo, Trump impôs restrições à entrada em território americano de cidadãos de uma série de países - quase todos, de maioria muçulmana. O decreto passou por várias alterações antes de ser validado em junho deste ano pela Suprema Corte.

 

O veto migratório proíbe a entrada no país de cidadãos de Irã, Coreia do Norte, Venezuela, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. No caso da Venezuela, as restrições se limitam a quem trabalha para o governo e suas famílias.

 

'Incompreensivelmente cruel'

 

Para Saad Sweilem, do Conselho das Relações Americano-Islâmicas, que defende a união da família, impedir que a mãe de Abdullah entre no país é "incompreensivelmente cruel". O pai do menino nasceu na Califórnia, mas conheceu a esposa no Iêmen, onde tiveram sete filhos.

 

Quando Abdullah tinha oito meses, a família se mudou para o Cairo, no Egito, fugindo da guerra civil no Iêmen. Há cerca de três meses, Hassan levou o filho para os Estados Unidos para fazer um tratamento, com a expectativa de que a mulher se juntasse a eles depois.

 

Mas depois que os médicos informaram que a condição da criança era terminal, a família solicitou um visto para que ela viajasse com urgência para os Estados Unidos. Eles contam que receberam uma carta de rejeição do Departamento de Estado americano citando o veto migratório de Trump.

 

Um funcionário do órgão, que não quis ser identificado, se recusou a discutir o caso especificamente devido às leis de confidencialidade. Mas disse à BBC que as autoridades estão "se esforçando para facilitar viagens legítimas de visitantes internacionais".

 

"Também estamos totalmente comprometidos em aplicar a lei de migração dos EUA e garantir a integridade e segurança das fronteiras do nosso país".

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