"Ela só quer segurar a mão dele pela última vez." A declaração é de Ali Hassan, pai de Abdullah Hassan, um menino de 2 anos que nasceu com uma doença neurológica rara à qual, segundo os médicos, ele não vai sobreviver.
Hassan se refere ao desejo da esposa, Shaima Swileh, natural do Iêmen, que não consegue entrar nos Estados Unidos, onde o filho está internado, por causa do veto migratório imposto em 2017 pelo presidente americano, Donald Trump.
Abdullah - diagnosticado com hipomielinização, doença que afeta a capacidade de respirar - está internado em um hospital de Oakland, na Califórnia. De acordo com a imprensa local, ele e o pai são cidadãos americanos.
A família luta pelo direito de Swileh ver o filho pela última vez antes de desligarem os aparelhos que o mantêm vivo. O pai argumenta, ainda, que o menino não sobreviveria a uma transferência para outro país.
O que é o veto migratório
Pouco depois de assumir o cargo, Trump impôs restrições à entrada em território americano de cidadãos de uma série de países - quase todos, de maioria muçulmana. O decreto passou por várias alterações antes de ser validado em junho deste ano pela Suprema Corte.
O veto migratório proíbe a entrada no país de cidadãos de Irã, Coreia do Norte, Venezuela, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. No caso da Venezuela, as restrições se limitam a quem trabalha para o governo e suas famílias.
'Incompreensivelmente cruel'
Para Saad Sweilem, do Conselho das Relações Americano-Islâmicas, que defende a união da família, impedir que a mãe de Abdullah entre no país é "incompreensivelmente cruel". O pai do menino nasceu na Califórnia, mas conheceu a esposa no Iêmen, onde tiveram sete filhos.
Quando Abdullah tinha oito meses, a família se mudou para o Cairo, no Egito, fugindo da guerra civil no Iêmen. Há cerca de três meses, Hassan levou o filho para os Estados Unidos para fazer um tratamento, com a expectativa de que a mulher se juntasse a eles depois.
Mas depois que os médicos informaram que a condição da criança era terminal, a família solicitou um visto para que ela viajasse com urgência para os Estados Unidos. Eles contam que receberam uma carta de rejeição do Departamento de Estado americano citando o veto migratório de Trump.
Um funcionário do órgão, que não quis ser identificado, se recusou a discutir o caso especificamente devido às leis de confidencialidade. Mas disse à BBC que as autoridades estão "se esforçando para facilitar viagens legítimas de visitantes internacionais".
"Também estamos totalmente comprometidos em aplicar a lei de migração dos EUA e garantir a integridade e segurança das fronteiras do nosso país".
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