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INTERNACIONAL Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025, 08:56 - A | A

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na América Latina

O que se sabe sobre operação militar anunciada pelos EUA contra narcotráfico

Ainda sem detalhes claros, ação foi anunciada nesta quinta-feira (13/11) pelo secretário de Defesa dos EUA e faz parte de ofensiva americana na América Latina, especialmente contra a Venezuela

BBC News

Em mais um capítulo da ofensiva dos Estados Unidos contra o que tem chamado de "narcoterrorismo" na América Latina, o governo americano anunciou nesta quinta-feira (13/11) o lançamento de uma operação militar ordenada pelo presidente Donald Trump.

 A operação, chamada de Lança do Sul ("Southern Spear"), vai mobilizar uma força-tarefa e o Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Southcom) —responsável pela atuação das forças americanas na América do Sul, Central e no Caribe.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciou a operação na rede social X (ex-Twitter), afirmando que o objetivo da ação é "remover narcoterroristas de nosso hemisfério" e "proteger nossa terra das drogas que estão matando nosso povo".

 "O hemisfério ocidental é a vizinhança da América — e nós o protegeremos", argumentou o secretário, cujo cargo o governo americano vem chamando de "secretário de Guerra".

Ainda não está claro exatamente onde e como a operação vai ocorrer.

 De acordo com fontes ouvidas pela rede CBS, parceira da BBC nos Estados Unidos, membros do alto escalão do governo apresentaram a Trump, na quarta (12/11), opções para possíveis ações na Venezuela, como bombardeios em terra nos próximos dias.

 Hegseth teria estado presente no encontro, assim como o general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA. Entretanto, nenhuma decisão definitiva sobre o formato da operação teria sido tomada.

Segundo a CBS, as conversas resultaram no anúncio da operação Lança do Sul nesta quinta.

A tensão entre EUA e Venezuela não é de hoje: vem escalando nas últimas semanas, inclusive com especulações de uma possível ofensiva americana por terra.

Na terça (11), o maior navio de guerra do mundo, o USS Gerald R. Ford, pertencente aos EUA, chegou na zona do Comando Sul.

Enquanto isso, segundo a CNN, os EUA já realizaram 20 ataques a embarcações acusadas de participarem do tráfico de drogas, principalmente no Caribe, mas também no Oceano Pacífico.

Oitenta pessoas morreram nessas ações e duas sobreviveram.

O USS Gerald R. Ford se juntou a outros navios de guerra, a um submarino nuclear e aeronaves caças F-35 que estão operando na região nas últimas semanas.

Nos últimos dois meses, as forças americanas estão fazendo o maior destacamento militar na região do Mar do Caribe em décadas.

Trump já acusou em diversas ocasiões o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de supostamente ser um chefe do narcotráfico — o que o sul-americano nega, afirmando que os EUA "estão fabricando uma guerra" contra seu país.

Também na terça, o governo venezuelano anunciou uma mobilização militar nacional para contrabalançear a presença naval americana.

A tensão também atinge a Colômbia, cujo presidente, Gustavo Petro, Trump acusou de ser "um bandido e um cara mau".

Na terça, Petro ordenou que as forças colombianas suspendessem o compartilhamento de informações de inteligência com agências americanas até que os ataques contra barcos no Caribe cessem.

Petro escreveu no X que a luta contra as drogas "deve ser subordinada aos direitos humanos do povo caribenho".

No início de novembro, Trump minimizou as especulações de que estaria planejando derrubar o governo venezuelano ou iniciar uma guerra.

Em uma entrevista à CBS, Trump defendeu que "cada barco que você vê sendo abatido mata 25.000 pessoas ligadas às drogas e que destroem famílias em todo o nosso país".

Questionado se os EUA estavam planejando algum ataque terrestre, Trump se recusou a descartá-lo, dizendo: "Eu não diria que faria isso... Não vou dizer o que vou fazer com a Venezuela, se vou fazer ou se não vou fazer."

A situação no continente tem sido uma das fontes de preocupação abordadas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em encontros e cúpulas internacionais.

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