O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, considerou hoje (27) como "absurda" a proposta feita pelo ex-presidente catalão Carles Puigdemont em torno de um referendo "sobre uma possível saída da Catalunha da União Europeia (UE)". A informação é da agência EFE.
Puigdemont opinou que os catalães deveriam votar se desejam ou não pertencer à União Europeia, já que "é provável que não haja muita gente que queira fazer parte" de uma UE "insensível à violação dos direitos humanos e democráticos de uma parte do seu território". A afirmação figura em uma reportagem sobre a Catalunha que está sendo elaborada pela emissora pública israelense Canal 1.
"O senhor Puigdemont diz o que lhe parece oportuno, mas agora as pessoas têm que falar e não ele", declarou nesta segunda-feira Rajoy a jornalistas, lembrando a convocação de eleições regionais na Catalunha para 21 de dezembro.
Ao ser perguntado sobre essa nova proposta de referendo e pelo fato de o ex-presidente catalão ter falado da UE como um lugar de "países decadentes", Rajoy falou que a União Europeia é a região do mundo "com maior nível de democracia, liberdade e direitos humanos" e "a melhor" em termos de atenção às pessoas e ao seu bem-estar.
Rajoy afirmou que é "absurdo" pretender que a Catalunha deixe a UE e insistiu que esta proposta está fora de cogitação e tem "pouco sentido" agora, porque o importante neste momento é a realização das eleições na região, para dar passagem à "normalidade" e à "tranquilidade".
Decisão
Após a declaração de independência que aconteceu em 27 de outubro no Parlamento catalão, o governo espanhol destituiu o Executivo da Catalunha e convocou novas eleições regionais. Na sequência destes eventos, Puigdemont e quatro membros de seu antigo governo foram para Bruxelas para não responder à Justiça espanhola e estão à espera da decisão dos tribunais belgas sobre a ordem de entrega e detenção feita contra eles pelas autoridades judiciais da Espanha.
Rajoy lembrou que devido à crise política independentista na Catalunha, o governo espanhol rebaixou a previsão de crescimento do PIB do país de 2018 para até 2,3%, mas disse que possívelmente, “quando as coisas se normalizarem, será possível voltar a falar de um crescimento de 3%”.
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