A Ucrânia anunciou nesta quinta-feira (21) o teste bem-sucedido de um novo míssil de cruzeiro de longo alcance. A Rússia, por sua vez, disparou 574 drones e 40 mísseis contra o território ucraniano durante a madrugada. Paralelamente, esforços diplomáticos articulam um possível encontro de cúpula entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, marcado por profundas divergências sobre garantias de segurança e concessões territoriais.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou que a Ucrânia testou com sucesso um míssil de cruzeiro de longo alcance chamado Flamingo, que pode atingir alvos a uma distância de 3.000 quilômetros (1.864 milhas). Segundo Zelensky, este é "atualmente nosso míssil de maior sucesso", e a produção do armamento em larga escala poderia começar em fevereiro de 2026.
Apesar do aumento dos esforços diplomáticos para a negociação de um cessar-fogo nos últimos dias, a Rússia mantém sua ofensiva contra o país vizinho.
Na madrugada de quarta para quinta-feira (21), as forças russas dispararam 574 drones e 40 mísseis contra diferentes regiões da Ucrânia - o ataque mais amplo desde meados de julho. A região oeste do país foi particularmente visada. Em Lviv, uma pessoa morreu e cerca de dez ficaram feridas.
Em Mukachevo, localizada na região da Transcarpátia, próxima às fronteiras com a Hungria, Polônia, Eslováquia e Romênia, 15 pessoas tiveram de ser hospitalizadas. Nesta cidade, distante da linha de combates e raramente bombardeada, mísseis de cruzeiro russos atingiram uma empresa americana "que fabrica itens de uso diário, como máquinas de café", lamentou Zelensky.
Negociações diplomáticas
A possibilidade de um encontro entre os líderes ucraniano e russo tem sido um ponto central dos esforços diplomáticos. Zelensky afirmou nesta quinta-feira que só poderia se reunir com Putin depois que a Ucrânia recebesse garantias de segurança concretas. O líder ucraniano mencionou a Suíça, a Áustria ou a Turquia como possíveis locais para este encontro e almeja uma reunião trilateral que incluiria o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No início da semana, Zelensky recusou uma proposta de Putin, transmitida por Trump, para um encontro em Moscou.
Pressão sobre Hungria
Zelensky também pediu a Trump que pressione a Hungria para desbloquear as negociações de adesão da Ucrânia à União Europeia. O republicano prometeu estudar a proposta. Em relação às garantias de segurança, Trump indicou na terça-feira que os Estados Unidos estariam prontos para fornecer apoio militar aéreo em caso de acordo de paz, mas excluiu o envio de tropas terrestres. Em relação às concessões territoriais exigidas pela Rússia, Trump instou Zelensky a ser "flexível", especialmente em relação ao Donbass.
O presidente ucraniano também expressou que não deseja que a China desempenhe um papel nas garantias de segurança da Ucrânia, citando o suposto apoio de Pequim a Moscou. Ele argumentou que a China "não nos ajudou a parar esta guerra desde o início" e "ajudou a Rússia ao abrir seu mercado de drones".
Moscou advertiu nesta quarta-feira (20) que qualquer discussão sobre garantias de segurança para a Ucrânia que não considere a posição russa "não levará a lugar nenhum".
As exigências russas para o fim do conflito incluem que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas, além da Crimeia anexada em 2014, e que renuncie à integração na Aliança Atlântica. No entanto, Kiev tem excluído qualquer perda de território.
Operações militares continuam
Zelensky afirmou que a Rússia está concentrando tropas na parte ocupada da região de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, para uma potencial ofensiva, transferindo soldados da região russa de Kursk.
Em outro incidente, a Polônia, um dos principais apoiadores da Ucrânia, relatou na quarta-feira (20) que um drone militar russo entrou em seu espaço aéreo e explodiu em uma área agrícola no leste do país. Varsóvia classificou o evento como uma "provocação".
Após uma reunião virtual entre os chefes de Estado-Maior da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), realizada na quarta-feira, a aliança militar ocidental reafirmou seu apoio à Ucrânia, priorizando uma "paz justa, crível e duradoura". A questão das garantias de segurança e das concessões territoriais permanece no centro dos esforços para encontrar uma solução para o conflito, iniciado há três anos e meio.
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