Por muito tempo, a saúde foi tratada como algo dividido: o corpo de um lado, a mente do outro, as emoções tentando se encaixar em algum lugar entre um exame e uma receita. Mas isso já não dá mais conta da vida real. As pessoas não vivem em pedaços. Elas sentem tudo ao mesmo tempo – corpo, mente, emoções e ambiente.
Tenho percebido isso cada vez mais de perto. Pessoas cansadas. Cansadas de tentar se encaixar em padrões, de silenciar dores, de viver no automático. E profissionais da saúde também exaustos, tentando cuidar de tudo, muitas vezes sem conseguir cuidar de si.
Aos poucos, algo vem mudando. Uma vontade de olhar com mais calma, de escutar com mais presença, de respeitar o tempo do corpo e do sentir. Não é uma ruptura com o que já existe de práticas consolidadas, mas um movimento de ampliar o olhar clínico. Integrar intervenções que dialogam com evidências científicas e com o que o paciente realmente vive no dia a dia. De voltar ao essencial! E, é nesse lugar que a aromaterapia, para mim, sempre fez sentido.
Vai além do alternativo ou complicado, funciona de uma forma simples, direta, que toca a vida do jeito que ela é. Um cheiro que acalma, um aroma que acolhe, um respiro que alivia. Às vezes, é no invisível que a gente encontra o que mais precisava.
O que muitas vezes me entristece é ver tanta gente estudando, buscando, se interessando… mas parando no meio do caminho. O conhecimento fica guardado e a prática é por vezes adiada, como se ainda não fosse suficiente. É como se ainda faltasse alguma autorização para confiar no próprio sentir.
Mas cuidar não nasce apenas do estudo, vem da escuta e presença, na coragem de estar inteiro diante do outro. O que transforma é a aplicação concreta, diária, ética, responsável e alinhada ao propósito de cuidar. E é por isso que a saúde está mudando: porque as pessoas estão mudando.
Já não dá mais para separar o que se sente do que se vive, tratar apenas sintomas e ignorar histórias. E é nesse ponto que a aromaterapia ganha força em território clínico, pois respeita o tempo de cada um, cuida sem invadir e permite que o corpo se comunique, mesmo quando tentamos fingir que não estamos escutando.
Talvez o futuro não esteja em fazer mais, aprender mais, acumular mais. Talvez esteja em fazer com mais consciência. A aromaterapia não é o futuro, é o presente que só faz sentido quando é compartilhado. E talvez a pergunta mais importante não seja “qual caminho seguir?”, mas “como eu escolho cuidar de mim e do outro?”.
Tabata Mazetto – Psicóloga, Aromaterapeuta e Especialista em óleos essenciais.
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