Francisco Djalma Francioni, 67, que ficou conhecido como “maníaco da garrafada”, é indiciado em Mato Grosso e no Paraná por homicídios e roubos. Outras investigações são realizadas para apurar crimes praticados por ele no Rio Grande do Sul e Goiás. O acusado dopava idosos para roubar e acabou matando duas vítimas.
O delegado Eduardo Rizzotto de Carvalho, da unidade Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf), indiciou Francioni por cinco roubos, dois homicídios consumados e três tentados, ocorridos na Capital. Os crimes aconteceram em 2017 e as vítimas fatais foram Odílio Rodrigues dos Santos, 63, e Vanderlei Marcos Missau, 69.
O delegado enfatiza que Francioni continua detido na Penitenciária Central do Estado (PCE) e que não houve pedido de recambiamento para nenhum estado. O que está ocorrendo são pedidos de prisões após a Polícia Civil de Mato Grosso repassar a qualificação do acusado para as Polícias de outros estados.
Eduardo Rizotto aponta que em todo o país são cerca de 30 vítimas já identificadas. São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina são onde ele teria cometido mais crimes.
MÉTODO
Francioni se aproximava das vítimas, homens idosos, em portas de hospitais e oferecia um composto de ervas, com fins medicinais, feito por índios. Após a ingestão da bebida, a vítima desmaiava e o maníaco roubava os seus pertences.
As investigações começaram após o roubo a um idoso em Rondonópolis (a 212 km ao sul de Cuiabá). A prisão aconteceu no interior de Goiás. O maníaco é investigado na cidade de Rio Verde, também por roubo. Segundo Carvalho, após a localização de Francioni pela equipe policial de Cuiabá, Rondonópolis também representou pela prisão do investigado.
ESTE ANO
Em Cascavel (PR), dois homens, de aproximadamente 60 anos, foram abordados na saída do Hospital do Câncer da cidade e do Hospital Universitário, em agosto deste ano. Francioni usou a mesma tática, se apresentando com outra identidade, convenceu os homens a tomarem a bebida. “Um deles não desmaiou completamente e ainda assim teve os documentos roubados. Mas conseguiu ligar para filha que chamou um carro para levá-lo para casa”, explica Rodrigo Baptista Santos, delegado de Cascavel.
A vítima ficou internada 10 dias. O inquérito já foi concluído e Francioni foi indiciado pelo crime de roubo com violência imprópria, ou seja, quando o autor diminui a resistência da vítima para roubá -la. Ao ser interrogado, por meio de carta precatória, confessou a prática criminosa.
No outro caso, a vítima ficou quatro dias internada. As investigações estão em andamento e Francioni já foi reconhecido pelo idoso, mas ainda não foi ouvido.
FORAGIDO
No Rio Grande do Sul, Francioni era considerado foragido. No dia 29 de janeiro deste ano, ele abordou um idoso de 65 anos, na saída de um hospital particular, se identificando como “tenente Fabiano”. “Ele deu um receituário de um chá para o idoso beber, até mostrou a marca que tem, de uma cirurgia, para convencer a vítima”, explica o delegado Cláudio Belcamino, da 2ª Delegacia de Polícia de Passo Fundo.
O inquérito está em fase de conclusão, mas, conforme os procedimentos preliminares, o indiciamento deve ser pelo crime de roubo.
RÉU CONFESSO
Conhecido como “Maníaco da Garrafada”, Francisco Djalma Francioni já tem condenações que somam 24 anos e 10 meses de prisão, em regime fechado, conforme Guia de Execução Penal enviada para Mato Grosso. Dentre os crimes atribuídos ao réu estão roubos, estelionato, furto qualificado e falsa identidade, cometidos no Paraná, desde a década de 1970.
No histórico estão três condenações pelo artigo 157, do Código Penal Brasileiro, que trata sobre o crime de roubo. Os crimes foram praticados em Curitiba (PR) e as condenações são do final da década de 90 até início dos anos 2000.
A primeira condenação foi transitada em 1977, na Comarca de Cascavel (PR), por tentativa de extorsão.
Aliás, essa vida pregressa foi confirmada pelo próprio maníaco. Quando foi preso pela Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, durante seu interrogatório, o suspeito relatou que sempre cometeu crimes, muitos deles teriam sido de roubos contra bancos. Francioni disse ainda que passou mais de 20 anos preso.
O GOLPE
Vários estados foram alvos de Francioni no último ano. Há registros de sua passagem por Goiás, Paraná, Santa Catarina, entre outros. O suspeito não ficava mais de dois dias em uma única cidade. Também usava vários nomes e identidades falsas, tanto que há relatos sobre sua apresentação como tenente reformado do Exército Brasileiro.
Em seu golpe, na modalidade “Boa noite, Cinderela”, o alvo principal eram os idosos, acima de 60 anos. A escolha desse público é porque o maníaco tem a intenção de aparentar morte natural, como aconteceu com Vanderlei Missau, 69, em Cuiabá. Na certidão de óbito, consta falência múltipla dos órgãos e vascular cerebral. Francioni oferece um medicamento para a cura de doenças diversas, como reumatismo, diabetes, próstata e câncer. Até mesmo uma receita era prescrita, com um telefone inexistente, como frisa o delegado Rodrigo Baptista Santos, adjunto de Cascavel.
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