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08 de Novembro de 2024

POLÍTICA & PODER Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 09:54 - A | A

Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 09h:54 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

João Edisom: “É uma eleição muito estranha essa. Parece que o eleitor está sem sintonia com os candidatos”

Valdemar Félix

Divulgação

 

O professor e analista político João Edisom de Souza analisa o atual quadro eleitoral. Faltando poucos dias para que o eleitor vá às urnas, o analista frisa que nada está definido, que o eleitor não está em sintonia com os candidatos, não sabendo sequer porque escolheu aquela pessoa em quem pretende votar.

João Edisom ainda desfere críticas ao atual sistema eleitoral, frisando que a reforma foi prejudicial, que o cidadão não tem tempo suficiente para participar das eleições, e que as denúncias veiculadas pelos candidatos não serão apuradas, fato considerado por ele como grave.

Discorre ainda sobre o poder das pesquisas na influência da hora do voto, e que o segundo turno é uma outra eleição, onde os ataques darão lugar às conversações visando uma aliança partidária. Confiram abaixo:

Notícia Max - Como o senhor analisar o quadro eleitoral a poucos dias da eleição. Os candidatos a segundo turno em Cuiabá já estão definidos?

João Edisom – Olha, é uma eleição muito estranha essa. Parece que o eleitor está sem sintonia, não há muita comunicação do candidato com o eleitor, estão muito distantes, e não há um voto com raciocínio definido, com uma lógica definida. As pessoas escolheram,segundo os dados das pesquisas e as pessoas com quem conversamos, elas escolheram mas não sabem porque elas escolheram, não sabem porque vão votar neles. Então é um voto muito vulnerável daqui até o dia das eleições. Há uma vulnerabilidade muito grande, as pessoas não têm uma razão do porque elas fizeram a escolha.

Notícia Max - E as pesquisas eleitorais, realmente tem influência sobre o eleitor?

João Edisom – Ainda existe um percentual significativo do eleitorado, quando a eleição é muito próxima, que define sim o voto do eleitor. O discurso do não vou perder meu voto e vou votar em quem está na frente ele existe, e isso deve chegar perto de quase 10%  do eleitorado. Então ela ainda é bastante significativa.

Notícia Max - O senhor esperava uma campanha eleitoral onde os ataques sobressairiam sobre as propostas?

João Edisom – O eleitor fala muito sobre a questão das propostas, mas se colocar propostas ele nem ouve, então, os ataques por mais ridículos que sejam, por mais absurdo, por isso que a eleição deveria ter seis meses, porque esses ataques deveriam ser apurados todos.

Existem várias situações aí que vai terminar a eleição sem ser esclarecida. Tem vários fatores que estão sendo apontados pelos adversários que depois vai percorrer até a questão da justiça, depois que terminou a eleição. Então,a democracia é pela metade em função disso. 

Há candidatos escondidos. O procurador Mauro até agora está escondido, está em cima de uma fantasia, ele não se expôs, não apareceu, o horário eleitoral dele é pequeno e nas grandes entrevistas e grandes debates ele não foi também. O Emanuel Pinheiro também tem denúncias, e também o Wilson Santos, denúncias que não foram esclarecidas. 

Então, existe uma série de fatores que precisam ser debatidos, e não vai ser justamente porque a eleição é muito curta, então assim, candidatos não tão qualificados e eleitores desqualificados fica meio complicado essa questão. 

Notícia Max - Exatamente por esses ataques, como o senhor acha que serão as conversações visando alianças no segundo turno?

João Edisom – Esses ataques em nada influenciam. Quem não for profissional em política tem influência. Fica um caso meio Virgínia e Wilson, que ficou um com raiva do outro. Mas assim, o segundo turno é uma outra eleição, é um outro espaço, no segundo turno você não vai escolher o seu parceiro, você vai escolher quem derrotar, e aí você vai se posicionar para estabelecer uma derrota do outro lado, e pode ter gente no segundo turno que ninguém queira, pode ocorrer isso.

Notícia Max - Essa eleição está sendo diferenciada, devido as novas regras eleitorais. Na sua análise, está tendo um saldo positivo?

João Edisom – Extremamente negativo. Não está colaborando em nada com a democracia, encurtou a campanha, o eleitor não está participando do processo. Passei por Primavera do Leste e você não encontra nenhuma placa de eleição. Nós queremos democracia, mas não queremos que ela aconteça, é um absurdo isso.

 

 

 

 

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