A rentabilidade do milho no Brasil continua sendo um desafio, especialmente diante dos custos reais de produção e do comportamento do mercado internacional. Segundo análise da TF Agroeconômica, a lucratividade depende da forma como o produtor considera seus custos. Se levar em conta apenas sementes, insumos, combustível e juros, o custo estimado é de R$ 32,00 por saca. No entanto, quando todos os custos são incluídos — conforme planilha do DERAL-PR — o valor sobe para R$ 73,55/saca, revelando um cenário de prejuízo. A consultoria reforça que “seu contador é seu melhor amigo” nesse tipo de avaliação.

O mercado internacional segue pressionado pela colheita recorde dos Estados Unidos, que reduziu os preços em Chicago a níveis historicamente baixos, afetando os valores globais. Em contrapartida, a boa demanda interna — impulsionada pelas indústrias de carnes e de etanol — sustenta os preços domésticos. A recente retomada das exportações de carne de frango também deu novo fôlego ao consumo interno do cereal.

Mesmo com esse suporte, a TF Agroeconômica alerta para os riscos de carregar o milho após a colheita. Os preços atuais, de R$ 66,00 em Passo Fundo e R$ 51,22 em Londrina, são inferiores aos valores de julho de 2025. Se o produtor tivesse vendido e aplicado o valor na época, o retorno seria maior — R$ 69,95 e R$ 59,59/saca, respectivamente.

Entre os fatores de alta, destacam-se as chuvas nos EUA, que desaceleram a colheita e reduzem a produtividade, a relutância dos produtores americanos em vender, a queda nas exportações da Ucrânia e a firme demanda brasileira. Já entre os fatores de baixa, a consultoria aponta a colheita recorde americana, estimada em mais de 422 milhões de toneladas, que limita as cotações. No cenário técnico, as opções com vencimento em dezembro indicam maior interesse nas vendas a US$ 400 e nas compras a US$ 450 por bushel.

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