Mesmo com uma leve valorização nos contratos futuros da soja em Chicago, o mercado brasileiro encerrou a primeira semana de novembro em queda. Segundo dados do boletim informativo da Grão Direto, o Índice soja FOB Santos — que reflete os preços da soja embarcada no principal porto exportador do país — registrou desvalorização de 0,77%, passando de R$ 145,91 para R$ 144,78 por saca. O câmbio foi o principal responsável por esse movimento, superando os ganhos modestos do mercado internacional.
A valorização da soja nos Estados Unidos, ainda que tímida, contrastou com o movimento no Brasil. Em Chicago, o contrato para novembro de 2025 fechou a US$ 11,02 por bushel, alta de 0,18% na semana. Já o contrato de março de 2026 avançou 0,27%, encerrando a US$ 11,26 por bushel. No entanto, no cenário doméstico, a queda do dólar frente ao real — que recuou 0,74% na semana, fechando em R$ 5,34 — reduziu a competitividade da oleaginosa brasileira e puxou os preços para baixo.
Ainda segundo o boletim, a valorização do real foi influenciada pela decisão do Copom de manter a taxa Selic em 15%, o que atraiu capital estrangeiro. A redução dos prêmios de exportação e o recuo no mercado de farelo também contribuíram para o cenário de baixa no Brasil, mesmo com prêmios relativamente estáveis ao longo da semana.
A primeira semana de novembro foi marcada por alta volatilidade no mercado da soja. Inicialmente, o otimismo tomou conta das negociações com o anúncio da China de remoção de tarifas de uma lista de produtos importados dos Estados Unidos. No entanto, a soja não foi incluída entre os itens beneficiados, o que gerou frustração entre os agentes e devolveu parte dos ganhos iniciais.
Enquanto o mercado monitora as flutuações externas, a atenção dos produtores brasileiros se volta para o avanço do plantio da safra 2025/26. O Mato Grosso, principal produtor do país, atingiu 85,68% da área semeada, avanço de 9,55 pontos percentuais na semana. Apesar da evolução, o ritmo segue abaixo da média da safra passada.
O clima segue como principal fator de incerteza. As chuvas na última semana ficaram abaixo do esperado em importantes regiões produtoras do Centro-Oeste, especialmente no Nordeste e Sudeste do Mato Grosso, onde o plantio enfrenta maiores dificuldades. A previsão do NOAA indica chuvas entre 35 e 55 mm nos próximos dias, o que pode melhorar a umidade do solo e favorecer o avanço da semeadura.
No entanto, a projeção climática para o período entre 9 e 15 de novembro aponta precipitações abaixo da média no MAPITOBA, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e parte de Minas Gerais. Já na semana seguinte, as chuvas devem se concentrar sobre Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, enquanto o déficit hídrico persiste em áreas de Tocantins e Mato Grosso.
A irregularidade climática mantém o risco elevado para replantio e germinação, o que deve aumentar a cautela na comercialização antecipada e comprometer o potencial produtivo da safra.
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