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BRASIL Domingo, 20 de Novembro de 2022, 09:04 - A | A

Domingo, 20 de Novembro de 2022, 09h:04 - A | A

Racismo fundiário

Negros são maioria no campo, mas têm menos terras do que brancos

G1

O campo brasileiro é composto por maioria de trabalhadores negros, mas grande parte das terras não está sob sua posse. Além disso, quanto maior o território, maior o número de brancos proprietários.

Em grandes propriedades, com área equivalente a cerca de 10 mil campos de futebol, 79,1% dos donos são brancos, enquanto apenas 17,4% são pardos e 1,6% são pretos, aponta o Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população negra, em maioria, está nos estabelecimentos familiares, que são áreas menores, aponta Fran Paula, representante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

O IBGE mostra que esses estabelecimentos ocupam apenas 25% das áreas disponíveis para a agricultura, enquanto terras que equivalem a 500 campos de futebol — consideradas grandes propriedades — representam atualmente mais de 70%.

Pesquisadores ouvidos pelo g1, entre eles o autor do livro premiado "Torto Arado", dizem que esses dados têm uma explicação histórica.

Isso ainda na colonização, devido à forma que a abolição da escravidão foi feita no país: sem políticas públicas voltadas para os ex-escravizados e uma reforma agrária que, em princípio, não incluiu essa população. Isso deu origem ao que, hoje, é chamado de racismo fundiário.

Para se aprofundar no tema, nesta reportagem você verá:

  • Por que a maioria das terras pertence a brancos?
  • Onde estava o negro?
  • Libertação dos escravizados sem políticas públicas
  • Constituição de 1988 e o direito ao território
  • Agricultura de resistência
  • O cultivo de alimentos a partir do saber tradicional
  • Do que depende o futuro

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