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26 de Julho de 2024

BRASIL Quarta-feira, 12 de Maio de 2021, 15:02 - A | A

Quarta-feira, 12 de Maio de 2021, 15h:02 - A | A

CPI DA COVID

Renan fala em "prisão" de Wajngarten em caso de mentira

Governistas reclamam de abuso de autoridade do relator da CPI da Covid

Estadão Conteúdo

As contradições apontadas pela cúpula da CPI da Covid entre o depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten e a entrevista concedida por ele à revista Veja levaram o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), a falar em "prisão" de Wajngarten, caso ele esteja mentindo. Os senadores concordaram em pedir à revista a íntegra da gravação da entrevista com o ex-secretário, na qual teria dito que houve "incompetência" e "ineficiência" do Ministério da Saúde ao lidar com a Pfizer.

"Queria requisitar áudio da Veja para verificarmos se ele mentiu ou não, se ele não mentiu, Veja vai ter que pedir desculpas, se ele mentiu, ele terá desprestigiado e mentido ao Congresso, o que é um péssimo exemplo. Se ele mentiu à revista Veja e a essa CPI vou, requerer a prisão do depoente", disse Renan, o que levou a reação do senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), segundo quem a postura do relator seria tipicamente um abuso de autoridade. "Não cabe ao relator ameaçar depoente de prisão", disse Rogério.

Diante da exaltação de ânimos, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), chegou a sugerir que a sessão fosse encerrada porque o depoimento de Wajngarten estaria "prejudicado". "Vou dispensar", avisou, sem ter o apoio, no entanto, dos outros colegas da comissão.

Após o senador Eduardo Girão (Podemos) dizer que o ex-secretário estaria sendo "humilhado", Aziz rebateu e afirmou que humilhados seriam os mais de 420 mil mortos pela pandemia. "Que humilhação? Não é assim não. Eu não humilho ninguém, você me conhece", respondeu o presidente da CPI, que criticou Girão pela defesa do uso da cloroquina em pacientes com covid. "Não defendo cloroquina, defendo autonomia médica", disse o senador, aliado do governo.

Bolsonaro 'incriminado'

No tumultuado depoimento à CPI da Covid, o ex-secretário de Comunicação da Presidência afirmou que "mergulhou de cabeça" quando soube na "inação" em relação a carta envida pela Pfizer ao Brasil em setembro. Para o relator Renan Calheiros, o depoimento de Wajngarten acaba por "incriminar" Bolsonaro, uma vez que o ex-secretário, para Renan, aponta ter iniciado negociações em nome do Ministério da Saúde e em nome do presidente da República.

Para Renan, isso confirma a existência de um "ministério paralelo", levantado pelos senadores a partir dos depoimentos dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

"O depoente disse desconhecer a existência. Mas é o contrário. Vossa senhoria é a prova da existência dessa consultoria", disse o relator.

Ao voltar a falar da relação que teve com a farmacêutica, Wajngarten listou três reuniões: a primeira em novembro de 2020, quando o então Gerente Geral da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, o agradeceu por responder a carta; outra em dezembro, quando representantes da Farmacêutica exibiram a caixa de refrigeração então necessária para a manutenção da vacina; e uma terceira em que se debateu a "quantidade de vacinas no menor prazo possível".

Segundo Wajngarten, a partir daquele momento, ficaram registrados na lousa da Secretária de Comunicação por quatro meses as três cláusulas da proposta de contrato com a Pfizer que foram chamadas de "leoninas" pelo governo. "Ficou na lousa da Secom por quatro meses as três cláusulas chamadas de leoninas que impediam maior velocidade de contratação", disse o ex-secretário.

"Presidente sempre reafirmou que compraria qualquer vacina aprovada pela Anvisa", afirmou Wajngarten ao ser questionado sobre a postura de Bolsonaro, que fez diversas críticas públicas aos imunizantes.

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