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13 de Junho de 2025

BRASIL Terça-feira, 10 de Junho de 2025, 08:40 - A | A

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depoimento

'Se eu puder ficar à vontade, se prepare, vão ser horas', diz Bolsonaro

Ex-presidente é um dos oito réus do 'núcleo crucial' da trama golpista; STF ouve depoimentos nesta semana. Bolsonaro diz que quer mostrar '11 ou 12 vídeos' durante a audiência

G1

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (10), ao chegar ao Supremo Tribunal Federal para o segundo dia de depoimentos dos réus da trama golpista, que pode "falar por horas" durante seu interrogatório se "puder ficar à vontade".

Bolsonaro afirmou que pretende levar "11 ou 12 vídeos curtinhos" de atos e pronunciamentos seus – que, segundo ele, ajudariam a provar que nunca houve golpe.

"Eu não sei qual vai ser o humor dos ministros, do PGR. O golpe não existiu", disse Bolsonaro.

O ex-presidente será o sexto a prestar depoimento entre os oito réus do chamado "núcleo crucial", que estão sendo ouvidos pela Primeira Turma do STF nesta semana.

As audiências começaram nesta segunda, quando foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, coronel Mauro Cid; e o ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

"Eu fui proibido de fazer live do Alvorada, a minha casa, eu fui proibido de um montão de coisas, vou falar aqui, um montão de coisas que eu fui acusado até de pedófilo, eu fui acusado pelo [André] Janones", afirmou Bolsonaro nesta terça, antecipando parte de sua estratégia de defesa.

Bolsonaro indicou ainda que deve seguir na estratégia de questionar a segurança das urnas eletrônicas.

"Tem um [vídeo] do Flávio Dino condenando a urna eletrônica, tem uma do Carlos Lupi também, falando que sem impressão do voto é fraude, eu não estou inventando", citou.

Primeiro dia de depoimentos
O interrogatório começou com Mauro Cid, que fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Ele confirmou a veracidade da denúncia da PGR e declarou: “Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”.

Cid negou ter sido coagido e reafirmou o conteúdo de seus depoimentos anteriores. Segundo ele, Bolsonaro teve acesso e sugeriu mudanças à chamada “minuta do golpe” — documento com medidas autoritárias para reverter o resultado das eleições de 2022.

Ainda de acordo com o militar, Bolsonaro pediu a retirada do trecho que previa a prisão de autoridades, mas manteve o item que determinava a detenção do ministro Alexandre de Moraes. Cid também afirmou que o então presidente pressionou o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, por um relatório crítico às urnas eletrônicas.

Questionado por Moraes, Cid confirmou que Bolsonaro queria um texto “duro” contra o sistema de votação.

O segundo a ser ouvido foi o deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Ele disse que o documento em que questiona o resultado das eleições era apenas um rascunho pessoal e não foi entregue a Bolsonaro. Também negou envolvimento na disseminação de desinformação e rechaçou ter usado a Abin para monitorar autoridades:

 “Decerto que não fiz monitoramento de autoridades”, afirmou.

 

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