Novembro também é o mês de atenção a prematuridade no Brasil e como forma de alerta, foi criada a campanha 'Novembro Roxo'. De acordo com o Ministério da Saúde, a prematuridade atinge cerca de 15 milhões de crianças todos os anos, ao redor do mundo. Todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos.
A prematuridade pode ocasionar implicações ao recém-nascido, entre elas, problemas pulmonares, deficiências motoras, infecções respiratórias crônicas, doenças cardiovasculares ou diabetes e possibilidade de ter problemas de aprendizagem ou comportamentais. No Sistema Único de Saúde (SUS), nesse período são apresentadas ações voltadas ao cuidado às gestantes e recém-nascidos, com o intuito de qualificar o modelo assistencial e diminuir as taxas de parto prematuro no Brasil.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) algumas recomendações melhoram os índices de sobrevivência e a saúde de bebês nascidos precocemente – antes de completar 37 semanas de gravidez – ou pequenos, bebês que possuem menos de 2,5 kg ao nascer. Em novas diretrizes, a OMS afirma que o contato pele a pele com a mãe ou um cuidador, chamado de mãe canguru, deve começar imediatamente após o nascimento, sem separação ou período em incubadora. Esse método resulta em benefícios significativos para a saúde das mães e dos bebês prematuros que permanecem próximos.
A enfermeira Giovana Fernandes passou por esse momento e contou ao Notícia Max como foi a experiência de ter um parto prematuro. Em 2004, a primeira filha de Giovana nasceu com 30 semanas. Segundo ela, foi um tanto assustador passar por todo esse período, por ser tão nova e inexperiente. Na época Giovana ainda não era enfermeira, por isso era tudo muito novo. Com 30 semanas de gestação, o bebê ainda não está muito preparado para nascer, os pulmões e o sistema imunológico ainda precisam de mais algum tempo para amadurecer.
"Eu tive a minha primeira filha com 18 anos e foi uma gestação bem tranquila, não tinha muito problema. O motivo dela ter nascido prematura foi um descolamento de placenta, em decorrência da estrutura corporal que tinha na época. Foi uma situação inesperada, pois estava fazendo acompanhamento de pré-natal tudo certinho e por uma surpresa eu comecei a sentir as contrações e na época eu não sabia o que estava acontecendo. Cheguei a ir ao médico, mas o primeiro atendimento foi bem despreparado e me senti desamparada. Procurei ajuda em outra unidade hospitalar e foi onde fui acolhida", relatou Giovana.
Giovana ressaltou que o preparo de uma equipe médica, nessa ocasião, é crucial para ajudar a mãe e a família que passa por esse momento tão delicado. "Eu não trabalhava ainda na área da saúde, então foi tudo muito assustador pra mim. Na época não tinha o parto humanizado, que também abrange um acompanhamento familiar. Quando eu ganhei a bebê, após o parto, eu fui bem acompanhada e minha filha teve todo atendimento para aquela ocasião. Mas agora vejo que a ajuda humanizada faz toda diferença. Com ajuda dos médicos e enfermeiros, ou até mesmo psicológica".
Mesmo com todo esse processo de prematuridade, a filha de Giovana não teve nenhuma consequência grave. "Por conta da prematuridade, ela ficou fazendo acompanhamento com a cardiopediatra, sem necessidade de intervenção. Ela nasceu prematura, mas pôde crescer como uma criança comum. Eu acredito que o tratamento que minha filha teve, ainda na UTIneonatal, fez toda diferença para que ele se recuperasse bem. O atentimento deles foi muito humanizado, em momento algum eu me senti desamparada".
São considerados partos prematuros quando um bebê nasce antes de completar 37 semanas de gestação, segundo a OMS. Entretanto, a prematuridade é classificada de acordo com o tempo em que o bebê permanece no útero, deste modo, são considerados prematuros extremos bebês que nascem antes das 28 semanas (seis meses); muito prematuros os que nascem entre 28 e 31 semanas (sete meses) e os prematuros moderados que são aqueles que nascem entre 32 e 36 semanas de gestação (oito meses).
Origem da data
No dia 17 de novembro, é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade, data escolhida pelo significado especial para um dos fundadores da EFCNI (European Foundation for the Care of Newborn Infants) que, após a morte de seus trigêmeos prematuros, tornou-se pai de uma filha nascida em 17 de novembro de 2008.
No Brasil a iniciativa nasceu em 2011 a partir de um blog de experiência de mães e profissionais com a prematuridade e suas consequências. A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.
CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.
0 Comentários